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Maduro diz que Ledezma será processado por crimes contra a paz na Venezuela

Em Caracas

20/02/2015 01h53Atualizada em 20/02/2015 10h55

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira que o prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, detido na tarde de hoje por agentes do serviço de inteligência do país, será processado "por todos os delitos cometidos contra a paz do país".

O presidente acrescentou que o político opositor foi detido hoje "por ordem da procuradoria" e assinalou que "será processado pela Justiça venezuelana para que responda por todos os crimes cometidos contra a paz do país, a segurança, a Constituição. Chega de conspiradores!".

"Eles o chamam de vampiro, e não sou eu quem diz isso, mas várias gerações de venezuelanos", disse Maduro, que acrescentou que o líder opositor "esteve no golpe de Estado" contra seu antecessor, o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, e em "todas as conspirações".

O líder venezuelano se referiu também à declaração conjunta na semana passada dos opositores Ledezma, María Corina Machado e Leopoldo López, na qual propuseram um "Acordo Nacional para a Transição" na Venezuela.

"Aqui está o comunicado, convocando o golpe, reincidentes, os três signatários do comunicado, são três reincidentes", disse Maduro.

O chefe de Estado assegurou que López está sendo "julgado por assassinato, homicídio, golpismo e milhares de outras coisas pela justiça venezuelana".

"O outro signatário é a senhora María Machado, ex-deputada, já a conhecemos, por ser uma mulher não vou me referir a ela, sabemos de seus vínculos com o governo dos Estados Unidos, com o 'Tea Party', como a financiaram e a financiam", declarou.

Ledezma foi detido hoje por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) na sede de seu partido no bairro El Rosal, no leste de Caracas.

Na semana passada, o prefeito do município Libertador, na região metropolitana de Caracas, o chavista Jorge Rodríguez, acusou Ledezma e o deputado opositor Julio Borges de serem os autores intelectuais da tentativa de golpe de Estado desarticulado, segundo anúncio do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, um dia antes do mesmo, em 12 de fevereiro.

O presidente do parlamento venezuelano, o governista Diosdado Cabello, garantiu, por sua vez, que no suposto complô, identificado como "Plano Jericó", estavam envolvidos os opositores Ledezma, Borges, María Corina Machado e Diego Arria, ex-embaixador da Venezuela na ONU.