Topo

Maduro afirma que não aceitará "nem mais uma ofensa" dos EUA

23/02/2015 22h03

Caracas, 23 fev (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou nesta segunda-feira que não aceitará "nem mais uma ofensa" por parte do governo dos Estados Unidos e instou Barack Obama a "impor critérios de respeito" em seu gabinete em relação à Venezuela.

"Que ninguém se meta com a Venezuela, a Venezuela deve ser respeitada. Malditos ianques, respeitem nossa pátria. Já basta. Alerta aos povos: nem uma ofensa mais vou aceitar, nem uma mais, do imperialismo americano", bradou Maduro durante um ato com simpatizantes no estado de Yaracuy.

O chefe do Executivo venezuelano indicou que também não aceitará que Washington e sua embaixada em Caracas "continuem convocando militares, tentando comprar jornalistas 'opinadores' e dirigentes" no país caribenho.

"Nossa embaixada nos Estados Unidos não anda buscando militares para que derrubem Obama", acrescentou.

Maduro reiterou, no entanto, que quer "as melhores relações de respeito" com seu vizinho de cima.

O presidente da Venezuela informou há poucos dias da desarticulação de um suposto plano de golpe de Estado no país "traçado" nos EUA e no qual supostamente teriam participado militares e dirigentes opositores venezuelanos.

Segundo o presidente venezuelano, tanto os políticos como os militares participantes deste complô estariam dirigidos pelos Estados Unidos, embora Obama desconhecesse o mesmo.

"Muito lamentável que o presidente Obama tenha se deixado levar por maus e falsos assessores, que o levaram a um beco sem saída (...) com a Venezuela", afirmou Maduro.

As acusações feitas por Maduro de que os Estados Unidos estariam por trás deste suposto levante foram qualificadas hoje pela porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, de "falsas" e "ridículas" durante sua entrevista coletiva diária em Washington.

As relações entre Estados Unidos e Venezuela passaram por diversas fases de altos e baixos desde a chegada ao poder do presidente Hugo Chávez (1999-2013), mentor e antecessor do atual chefe do Executivo venezuelano.

Atualmente, as delegações diplomáticas estão em níveis mínimos, sem embaixadores nas respectivas capitais desde 2010. As relações estremeceram de novo com uma série de sanções de Washington contra funcionários venezuelanos; a mais recente no início deste mês.