Topo

Site afirma que líder islamita tunisiano está envolvido nos Panama Papers

O chanceler uruguaio Luis Almagro, secretário-geral eleito da OEA - EFE/Lenin Nolly
O chanceler uruguaio Luis Almagro, secretário-geral eleito da OEA Imagem: EFE/Lenin Nolly

Em Montevidéu (Uruguai)

17/04/2015 02h23

Túnis, 17 abr (EFE).- O partido islamita moderado Ennahda, principal força do parlamento da Tunísia, afirmou neste domingo que processará o site "Inkyfada" por envolver seu histórico líder, Rachid Ghannouchi, no escândalo Panama Papers.

O "Inkyfada", vinculado ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), entidade que revelou o escândalo, publicou na noite de ontem no qual incluía Ghannouchi em um complexo esquema de empresas dedicadas à comunicação que foram citadas nos Panama Papers.

O principal acusado é Jemal Dallali, diretor e administrador de uma empresa com sede nas Ilhas Virgens, a Tunisia News Network Radio and Television Limited (TNN), que tem relação com a companhia de sua propriedade na Tunísia.

Dallali, que primeiro negou sua participação no escândalo e depois tentou justificar de diversas maneiras o fato de possuir uma offshore, também aparece como principal acionista e diretor-geral da produtora Jasmin Prod.

Dos sete acionistas desta produtora, quatro estão ligados à companhia Horizons For Media Productions, com sede no Reino Unido, um importante membro do Ennahda.

Essa empresa, através de Fathi Jaouadi, atual diretor da TNN, teve relações com a Ezzeitouna for Islamic Information, outra empresa do setor de comunicação, fundada em 2000 por Ghannouchi.

Em comunicado divulgado hoje pela imprensa, o histórico dirigente islamita afirmou que entrará com um processo contra o site.

O "Inkyfada" também está sendo processado por outro importante líder político da Tunísia, Mohsen Marzouk, um dos fundadores do partido governante Nidaa Tunes, e chefe da campanha nas últimas eleições do atual presidente do país, Beji Caid Essebsi.