América Latina consolida em Lima relação preferencial com economias da Apec
Manuel Fuentes.
Santiago do Chile, 15 nov (EFE).- Os países latino-americanos consolidarão na Cúpula de Lima a relação preferencial com as economias do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, sigla em inglês) iniciada há um ano pela Aliança do Pacífico na reunião realizada em Manila, nas Filipinas.
Naquela ocasião, Chile, México, Colômbia e Peru compareceram unidos pela primeira vez a esse fórum multilateral, que representa 57% do PIB mundial e 49% do intercâmbio comercial global, e do qual fazem parte 21 economias, incluindo Estados Unidos, China e Japão.
Além dos sócios da Aliança do Pacífico, a 24ª reunião de líderes do Fórum Apec, que acontecerá entre os dias 19 e 20 deste mês na capital peruana, contará com a presença da Argentina, que com o governo de Mauricio Macri iniciou um processo de aproximação com o bloco regional.
Chile, México e Peru, as três economias latino-americanas que fazem parte da Apec, convenceram seus parceiros asiáticos sobre a importância de fortalecer o diálogo entre as duas regiões "no mais alto nível".
O México propôs, inclusive, institucionalizar a relação com a criação de um grupo de trabalho para impulsionar a cooperação em três áreas: participação das pequenas e médias empresas nas cadeias globais de valor, integração econômica regional e desenvolvimento de capital humano.
Para levar adiante esse mecanismo, já existe uma iniciativa concreta em cima da mesa, a criação de um fundo de capital empreendedor, que contará com um investimento inicial de até US$ 100 milhões e que começará a operar em 2017.
Os números põem em destaque as intensas trocas comerciais entre ambos os blocos, já que 25% das importações de frutas das economias da Apec provêm da Aliança do Pacífico, que também fornece 23% do cobre e 13% das compras automobilísticas.
Além disso, a Ásia-Pacífico é o destino de 58,4% das exportações colombianas, de 65% das chilenas e de 43% das peruanas.
Esta aproximação se vê favorecida pelo reforço do bloco latino-americano, já que, em junho, a Argentina se incorporou como observador à Aliança do Pacífico, um gesto político que abre as portas para o Mercosul, o outro grande bloco econômico e comercial da região.
No entanto, a participação latino-americana na Ásia-Pacífico não corresponde apenas a esses mecanismos de integração.
Chile, México e Peru também assinaram o Acordo de Associação Transpacífico (TPP, sigla em inglês), um pacto comercial impulsionado pelo Executivo de Barack Obama que inclui 12 economias e que poderia estar em risco com a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Além disso, sob a atual presidência temporária do Chile, a Aliança do Pacífico reforçou sua projeção no exterior impulsionando a agenda com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean, sigla em inglês).
A Aliança do Pacífico vê com bons olhos a possibilidade de que, no médio prazo, os países da Ásia-Pacífico assinem um acordo de livre-comércio que fortaleça a integração econômica desta grande área.
A Ásia-Pacífico, segundo destacaram fontes do Ministério das Relações Exteriores chileno, é o grande mercado do futuro e, por isso, um bom acordo comercial integral para toda a região seria um passo decisivo para conseguir a facilitação do comércio em nível mundial, algo que não foi conseguido na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O início formal das negociações para a Área de Livre-Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP, sigla em inglês), que tem a China como um de seus principais incentivadores, está previsto justamente para o fim deste ano.
A FTAAP representaria uma economia de US$ 2,4 trilhões, o que equivale a 3,2% do Produto Interno Bruto mundial.
O reforço da presença latino-americana na Apec é respaldado plenamente pelos sócios da Aliança do Pacifico.
O novo cenário permitiria compensar a assimetria com o bloco asiático na hora de estipular as regras das trocas comerciais com uma área que conta com duas das maiores economias mundiais, a China e o Japão.
Santiago do Chile, 15 nov (EFE).- Os países latino-americanos consolidarão na Cúpula de Lima a relação preferencial com as economias do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, sigla em inglês) iniciada há um ano pela Aliança do Pacífico na reunião realizada em Manila, nas Filipinas.
Naquela ocasião, Chile, México, Colômbia e Peru compareceram unidos pela primeira vez a esse fórum multilateral, que representa 57% do PIB mundial e 49% do intercâmbio comercial global, e do qual fazem parte 21 economias, incluindo Estados Unidos, China e Japão.
Além dos sócios da Aliança do Pacífico, a 24ª reunião de líderes do Fórum Apec, que acontecerá entre os dias 19 e 20 deste mês na capital peruana, contará com a presença da Argentina, que com o governo de Mauricio Macri iniciou um processo de aproximação com o bloco regional.
Chile, México e Peru, as três economias latino-americanas que fazem parte da Apec, convenceram seus parceiros asiáticos sobre a importância de fortalecer o diálogo entre as duas regiões "no mais alto nível".
O México propôs, inclusive, institucionalizar a relação com a criação de um grupo de trabalho para impulsionar a cooperação em três áreas: participação das pequenas e médias empresas nas cadeias globais de valor, integração econômica regional e desenvolvimento de capital humano.
Para levar adiante esse mecanismo, já existe uma iniciativa concreta em cima da mesa, a criação de um fundo de capital empreendedor, que contará com um investimento inicial de até US$ 100 milhões e que começará a operar em 2017.
Os números põem em destaque as intensas trocas comerciais entre ambos os blocos, já que 25% das importações de frutas das economias da Apec provêm da Aliança do Pacífico, que também fornece 23% do cobre e 13% das compras automobilísticas.
Além disso, a Ásia-Pacífico é o destino de 58,4% das exportações colombianas, de 65% das chilenas e de 43% das peruanas.
Esta aproximação se vê favorecida pelo reforço do bloco latino-americano, já que, em junho, a Argentina se incorporou como observador à Aliança do Pacífico, um gesto político que abre as portas para o Mercosul, o outro grande bloco econômico e comercial da região.
No entanto, a participação latino-americana na Ásia-Pacífico não corresponde apenas a esses mecanismos de integração.
Chile, México e Peru também assinaram o Acordo de Associação Transpacífico (TPP, sigla em inglês), um pacto comercial impulsionado pelo Executivo de Barack Obama que inclui 12 economias e que poderia estar em risco com a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Além disso, sob a atual presidência temporária do Chile, a Aliança do Pacífico reforçou sua projeção no exterior impulsionando a agenda com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean, sigla em inglês).
A Aliança do Pacífico vê com bons olhos a possibilidade de que, no médio prazo, os países da Ásia-Pacífico assinem um acordo de livre-comércio que fortaleça a integração econômica desta grande área.
A Ásia-Pacífico, segundo destacaram fontes do Ministério das Relações Exteriores chileno, é o grande mercado do futuro e, por isso, um bom acordo comercial integral para toda a região seria um passo decisivo para conseguir a facilitação do comércio em nível mundial, algo que não foi conseguido na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O início formal das negociações para a Área de Livre-Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP, sigla em inglês), que tem a China como um de seus principais incentivadores, está previsto justamente para o fim deste ano.
A FTAAP representaria uma economia de US$ 2,4 trilhões, o que equivale a 3,2% do Produto Interno Bruto mundial.
O reforço da presença latino-americana na Apec é respaldado plenamente pelos sócios da Aliança do Pacifico.
O novo cenário permitiria compensar a assimetria com o bloco asiático na hora de estipular as regras das trocas comerciais com uma área que conta com duas das maiores economias mundiais, a China e o Japão.
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