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Informe da OMS indica que mundo foi lento na resposta ao novo coronavírus

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), em coletiva de imprensa - Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), em coletiva de imprensa Imagem: Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

06/10/2020 16h02

Um informe divulgado nesta terça-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou que o mundo não levou a sério a declaração de emergência feita pela agência em 30 de janeiro deste ano, pela propagação do novo coronavírus.

"Não motivou os países a colocarem em prática medidas de saúde pública pela Covid-19", afirmou a médica britânica Felicity Harvey, líder do Comitê Consultivo Independente do Programa de Emergência e responsável por apresentar o estudo que diz respeito aos quatro primeiros meses da pandemia da doença.

Segundo a representante da OMS, a postura de líderes das nações que integram a agência colocaram dúvidas sobre a maneira com que são declaradas emergências e se seria necessário adotar outros mecanismos.

O informe, que será atualizado no próximo mês, conclui que a Organização Mundial de Saúde "demonstrou liderança e fez importantes progressos na resposta à pandemia, tendo em conta a natureza nova do vírus e os fatores desconhecidos que apresentava".

Entretanto, segundo Harvey, a politização da pandemia em muitos casos tem sido um "obstáculo material" para derrotar o vírus. Além disso, a especialista garantiu que e o nível geral dos dados fornecidos pelas redes nacionais de saúde nos casos de Covid-19 precisa ser melhorado.

"A OMS não pode derrotar este vírus sem o apoio unificado dos países membros nas próximas fases da pandemia", afirmou Harvey.

Além disso, a representante da Organização lembrou os problemas de financiamento sofridos atualmente, que impedem uma gestão de alta qualidade nas emergências de saúde, por isso, pediu que os integrantes revejam os repasses.

"Os menos de US$ 300 milhões por ano de orçamento são muito pouco para responder e coordenar uma resposta global", avaliou.

O comitê que Harvey lidera é um dos três que estão avaliando a resposta da OMS à pandemia, e o único que apresentou resultados preliminares das investigações ao Conselho Executivo da organização, já que os outros dois estão em processo inicial.

O painel independente foi autorizado pela OMS na última reunião anual que realizou, em resposta às críticas de alguns países - especialmente dos Estados Unidos - pela gestão inicial da pandemia e pela desconfiança dos dados preliminares da China, onde ocorreram os primeiros casos de Covid-19.