PF afirma que Youssef passa bem; ministro da Justiça se diz preocupado com boatos
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse neste domingo estar preocupado com os boatos que circulam nas redes sociais envolvendo a saúde do doleiro Alberto Youssef, envolvido na operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Youssef, que está preso em carceragem da Polícia Federal no Paraná, foi internado no Hospital Santa Cruz, de Curitiba, no sábado, após passar mal. Boatos sobre o motivo da internação começaram a circular ainda no sábado, levando inclusive a PF a emitir nota desmentindo que o doleiro tivesse sido envenenado.
"Esse boato me chocou. A Polícia Federal divulgou nota para dizer que ele está bem em seu quarto, mas isso continua na rede. A população inteira precisa estar atenta, as informações são deploráveis", disse Cardozo em entrevista na capital paulista, antes de ler nota da Polícia Federal negando a informação.
De acordo com boletim médico divulgado neste domingo, Youssef chegou ao hospital com quadro clínico estável, sinais de desidratação e emagrecimento, e foi internado devido a "episódio de síncope a esclarecer".
"Na avaliação inicial não apresentava sinais de intoxicação exógena e ou medicamentosa e quadro cardiológico estável", informou o boletim, segundo o qual o Yousseff está consciente e lúcido.
Neste domingo, a Polícia Federal informou que o doleiro passou bem à noite e que, a princípio, permanecerá internado por 48 horas, sob a escolta de policiais federais.
"Não havendo nenhuma outra intercorrência, retornará à carceragem da PF da Superintendência em Curitiba", disse a PF em nota.
O doleiro ganhou destaque na reta final da eleição, após a revista Veja trazer reportagem em que afirma que Youssef teria declarado, em delação premiada, que a presidente e candidata a reeleição Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saberiam de suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
Dilma contestou a reportagem na sexta-feira, na propaganda eleitoral obrigatória, e disse que processaria a revista.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu direito de resposta a favor da campanha de Dilma.
(Por Vinicius Cherobino)
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