Mais de 3.100 grávidas têm Zika vírus na Colômbia, diz governo

Julia Symmes Cobb

Em Bogotá

  • Josue Decavele/ Reuters

BOGOTÁ (Reuters) - Mais de 3.100 colombianas grávidas estão infectadas com o Zika vírus, disse o presidente Juan Manuel Santos neste sábado, no momento em que a doença continua sua rápida expansão em todas as Américas.

O vírus tem sido associado ao nascimento de bebês com microcefalia, uma má-formação cerebral. Não há vacina ou tratamento contra a infecção.

Não existe até agora registro de qualquer caso de microcefalia ligado ao Zika na Colômbia, segundo Santos.

Há 25.645 pessoas infectadas com a doença na Colômbia, entre as quais 3.177 mulheres grávidas, afirmou Santos durante uma transmissão de TV com autoridades de saúde.

"A projeção é que pode acabar tendo 600.000 casos", disse Santos, acrescentando que poderia haver até 1.000 casos da síndrome de Guillain-Barré, uma condição rara e grave que pode causar paralisia e que alguns governos têm relacionado à infecção por Zika.

Autoridades e líderes comunitários vão trabalhar em todo o país para combater os mosquitos, com fumigação e ajudando as famílias a livrar suas casas de água parada, disse o presidente.

Muito ainda permanece desconhecido sobre o Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya. Quatro de cada cinco pessoas que têm a infecção sequer exibem os sintomas -dores no corpo, febre amena e erupções cutâneas-, mas o Ministério da Saúde brasileiro confirmou no ano passado a relação entre o Zika e o surto de microcefalia na Região Nordeste do país.

O governo colombiano pediu que as mulheres adiem a gravidez por seis a oito meses. Casos não notificados e os pacientes sem sintomas da infecção podem significar que há entre 80.000 e 100.000 infectados por Zika atualmente na Colômbia, de acordo com o governo.

No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é para que a população, principalmente mulheres grávidas e em idade fértil, tomem medidas simples que possam evitar o contato com o Aedes aegypti, como utilizar repelentes, proteger-se da exposição de mosquitos, manter portas e janelas fechadas ou teladas e usar calça e camisa de manga comprida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência internacional pelo Zika em 1º de fevereiro, citando forte suspeita de relação entre o vírus em grávidas com a microcefalia.

(Reportagem de Julia Symmes Cobb)

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