Venezuela adota semana de 2 dias úteis para funcionalismo para poupar energia

Em Caracas

O governo da Venezuela ordenou na terça-feira (26) que os servidores públicos só trabalhem dois dias por semana para economizar energia no país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), atualmente assolado por uma crise.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, já havia dado as sextas-feiras de folga para a maioria dos 2,8 milhões de funcionários públicos durante abril e maio para reduzir o consumo de eletricidade.

"A partir de amanhã, durante pelo menos duas semanas, teremos quartas, quintas e sextas-feiras como dias sem trabalho no setor público", disse Maduro em seu programa de televisão semanal.

Secas fizeram com que a água da principal represa e hidrelétrica da Venezuela diminuísse a níveis quase críticos. A represa abastece quase dois terços da energia da nação sul-americana.

A escassez de água e de eletricidade agravou o sofrimento dos 30 milhões de venezuelanos, que já enfrentam uma recessão brutal, a falta de itens básicos que vão de leite a remédios, preços em disparada e longas filas nos estabelecimentos comerciais.

Maduro, de 53 anos, que sucedeu o falecido Hugo Chávez em 2013 e cujos opositores estão tentando retirá-lo do cargo através de um referendo, apelou por compreensão e apoio.

"Guri se transformou virtualmente em um deserto. Com todas estas medidas, iremos salvá-lo", afirmou, acrescentando que a redução diária de água diminuiu de 20 para 10 centímetros.

Após meses de cortes de energia sem aviso prévio, o governo iniciou um racionamento programado nesta semana por todo o país, exceto na capital Caracas, desencadeando protestos ocasionais em algumas cidades.

Maduro também alterou o fuso horário para ter meia hora a mais de luz solar ao entardecer, exortou as mulheres a reduzirem o uso de eletrodomésticos como secadores de cabelo e obrigou os shopping centers a providenciarem geradores.

Quanto à medida para o funcionalismo público, o governo está excluindo trabalhadores de setores essenciais, como o de alimentação.  Os salários continuarão sendo pagos integralmente, apesar da redução na carga de trabalho.

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