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Calor extremo mata sete imigrantes na fronteira dos EUA com o México

22.jun.2019 - Migrantes pulam sobre muro para cruzar a fronteira dos EUA com o México em Ciudad Juarez - Jose Luis Gonzalez/Reuters
22.jun.2019 - Migrantes pulam sobre muro para cruzar a fronteira dos EUA com o México em Ciudad Juarez Imagem: Jose Luis Gonzalez/Reuters

Por Andrew Hay

25/06/2019 09h55

Autoridades do Texas informaram ontem que sete imigrantes morreram, incluindo uma mulher, dois bebês e uma criança, em uma demonstração dos perigos do calor extremo do verão à medida que famílias da América Central tentam cruzar a fronteira entre México e Estados Unidos.

A mulher e as três crianças podem ter morrido dias antes de serem encontradas pela patrulha da fronteira próximo do Rio Grande, no sul do Texas, no domingo, de acordo com uma autoridade local, que pediu anonimato.

A exposição ao calor e a desidratação são as possíveis causas de morte.

A oeste, na região de Del Rio, agentes da fronteira resgataram os corpos de dois homens após ligações anônimas em 19 e 20 de junho alertarem sobre imigrantes perdidos, informou a agência de proteção da fronteira.

Outro corpo em decomposição foi encontrado em 20 de junho na margem do Rio Grande.

"As temperaturas extremas durante essa época do ano podem ser fatais", disse o chefe da patrulha fronteiriça na região de Del Rio, agente Raul Ortíz.

A administração de Trump estabeleceu limites para quantas pessoas podem solicitar asilo todos os dias nos portos de entrada. Meses à espera de entrevistas, as famílias migrantes tentam, às vezes, cruzar a fronteira de modo arriscado para fazer suas solicitações.

Os coiotes, como são chamados intermediários do tráfico ilegal de pessoas na fronteira, colocam em risco a vida dos imigrantes, deixando-os em áreas isoladas ou enviando-os através do Rio Grande em jangadas improvisadas.

A Patrulha da Fronteira registrou 283 mortes de imigrantes no limite entre EUA e México em 2018. Ativistas de direitos humanos dizem que o número é muito maior, pois os restos mortais de muitas vítimas nunca são encontrados e os dados da agência não incluem todas as mortes registradas pelas autoridades locais.