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EUA endurecem regras de viagem e países controlam fronteiras para conter ômicron

30.nov.2021 - Placa sobre teste de covid-19 é no Aeroporto Internacional Newark Liberty, em Nova Jersey, nos EUA - Spencer Platt/Getty Images via AFP
30.nov.2021 - Placa sobre teste de covid-19 é no Aeroporto Internacional Newark Liberty, em Nova Jersey, nos EUA Imagem: Spencer Platt/Getty Images via AFP

David Shepardson e Elaine Lies, em Washington e Tóquio

01/12/2021 09h11

Passageiros de aviões destinados aos Estados Unidos enfrentarão regras de exames de covid-19 mais rigorosas e mais países endurecem o controle das fronteiras em meio à incerteza a respeito da variante ômicron do coronavírus e de sua capacidade de driblar a proteção das vacinas.

Japão e Hong Kong disseram que aumentarão as restrições de viagem e a Malásia proibiu temporariamente viajantes de países considerados em risco. O Japão, que já havia suspendido a entrada de todos os estrangeiros, relatou seu segundo caso da nova variante hoje.

Outros países se preparam para mais casos: a Austrália disse que ao menos duas pessoas já provavelmente infectadas visitaram locais de Sydney e a Dinamarca disse que uma pessoa infectada participou de um grande concerto.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que "restrições de viagem generalizadas não impedirão a disseminação internacional e impõem um fardo pesado sobre vidas e meios de sustento", mas também aconselhou pessoas indispostas, em risco, de 60 anos ou mais e que não se vacinaram a adiarem viagens.

Investidores continuavam tensos hoje, apesar de os mercados financeiros terem reagido a quedas bruscas do dia anterior ocorridas na esteira de comentários do presidente-executivo da Moderna, que expressou dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra covid-19 no combate à ômicron.

Desde então, autoridades de saúde globais ofereceram garantias e reiteraram apelos para que as pessoas se vacinem.

"Nossa melhor forma de defesa continua sendo nossas vacinas", disse o secretário da Saúde britânico, Sajid Javid, ao canal Sky News.

"É possível, claro, é possível que sejam menos eficazes. Simplesmente ainda não sabemos com certeza. Mas também é muito provável que continuem eficazes contra doenças graves", disse.

Emer Cooke, diretora-executiva da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), disse que ao longo das próximas duas semanas análises de laboratório indicarão se o sangue de pessoas vacinadas tem anticorpos suficientes para neutralizar a nova variante.

A União Europeia adiantou o início de sua vacinação de crianças de 5 a 11 anos em uma semana, reagendando-a para o dia 13 de dezembro.

O presidente-executivo da BioNTech disse que a vacina que a empresa faz em parceria com a Pfizer provavelmente proporcionará uma proteção forte contra doenças graves decorrentes da ômicron.

Tanto o Reino Unido quanto os EUA ampliaram seus programas de doses de reforço em reação à nova variante.

Relatada primeiramente no sul da África uma semana atrás, a ômicron ressalta a disparidade entre grandes iniciativas de vacinação em países ricos e a inoculação esparsa no mundo em desenvolvimento.

(Por David Shepardson em Washington, Sakura Murakami e Elaine Lies em Tóquio, Reju Jose e Jamie Freed em Sydney e redações da Reuters)