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França avalia volta do confinamento diante da alta de casos da covid-19

França avalia possibilidade de aumentar restrições para evitar nova onda de coronavírus - Mehdi Taamallah/NurPhoto via Getty Images
França avalia possibilidade de aumentar restrições para evitar nova onda de coronavírus Imagem: Mehdi Taamallah/NurPhoto via Getty Images

10/09/2020 06h21

O Conselho Científico do governo da França, encarregado de tomar as decisões envolvendo as questões sanitárias, se reúne amanhã para discutir como enfrentar o aumento das contaminações sem bloquear a economia francesa.

Em entrevista à rádio RTL, o presidente do Conselho Científico, Jean-François Delfraisssy, disse hoje que é preciso evitar um novo confinamento para lutar contra o avanço do coronavírus no país. Mas, ao mesmo tempo, reconheceu que essa hipótese não pode ser descartada e não exclui a adoção de medidas locais.

"Eu e o Conselho Científico estamos convencidos de que não devemos instaurar um novo confinamento, o desafio é sanitário e econômico", declarou Delfraissy. "Ao mesmo tempo, observamos há várias semanas, que o vírus voltou a circular de maneira mais ativa na França, e de forma preocupante em algumas regiões", frisou.

Segundo ele, as unidades de terapia intensiva dos hospitais franceses devem receber uma nova onda de pacientes a partir de outubro em algumas regiões. Delfraissy lembrou que, atualmente, mais de cinco mil pessoas estão hospitalizadas, o que não acontecia desde o dia 11 de agosto. "Vamos fazer de tudo para não confinar novamente, mas essa medida não está excluída em caso de situação crítica", reiterou.

O presidente do Conselho Científico insistiu na responsabilidade individual e na aplicação da distância física mínima de um a dois metros, que não é suficientemente respeitada, na sua opinião. "Devemos ser razoáveis para proteger a si mesmo e os outros", insistiu.

O governo deve veicular em breve mensagens específicas para os jovens de 20 a 40 anos, uma das faixas etárias mais atingidas pela Covid-19, mas também para a população que integra o grupo de risco e pode desenvolver formas mais graves. As pessoas de mais de 60 anos, disse Delfraissy, e as mais vulneráveis, "devem tomar mais precauções para se proteger do vírus e os jovens adultos tomar cuidado para não transmiti-lo", declarou.

O presidente do Conselho Científico francês declarou que, os mais velhos e frágeis devem "evitar alguns encontros" - as reuniões de família e amigos são responsáveis pela maior parte das contaminações. Segundo ele, "temos que ter essa noção de que o risco zero não existe e que entramos em um período de gestão de riscos", insistiu."Aprender a viver com a covid-19 é essencial. "

Em relação à população mais jovem, ele fez uma crítica direta: "é uma faixa etária que decidiu não aplicar as medidas de distância física e tomou a decisão errada de continuar a viver normalmente e se testar. "

Vacina contra a gripe

Delfraissy também aconselhou as pessoas a se vacinarem contra a gripe neste inverno, que protege os mais frágeis. Ele também criticou a queda na taxa de vacinação contra a gripe entre os profissionais da saúde."A França, infelizmente, é recordista nesse quesito", lamentou. Mais de 8.000 novos casos de covid-19 foram contabilizados na França nas últimas 24 horas.