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Papa se reúne com oito vítimas de pedofilia na Irlanda

Papa Francisco interage com participantes do Festival das Famílias, em Dublin, Irlanda - Gonzalo Fuentes/Reuters
Papa Francisco interage com participantes do Festival das Famílias, em Dublin, Irlanda Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

Em Dublin, Irlanda

25/08/2018 15h54

O papa Francisco se encontrou com oito vítimas de pedofilia na sede da Nunciatura Apostólica de Dublin, na Irlanda, neste sábado (25), durante o Encontro Mundial das Famílias.   

Segundo o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, a reunião durou uma hora e meia. O grupo incluiu Marie Collins, ex-integrante da comissão criada pelo Pontífice para combater abusos sexuais do clero e que chamara de "decepcionantes" as primeiras declarações de Jorge Bergoglio sobre o tema na Irlanda.   

Collins deixou a comissão do Vaticano para a proteção dos menores em 2017, denunciando falta de "cooperação" de outros departamentos da cúria. Além dela, também participaram do encontro com o papa os reverendos Patrick McCafferty e Joe McDonald, além de Damian O'Farrell, Paul Jude Redmond, Clodagh Malone e Bernadette Fahy.   

Um sobrevivente, vítima do padre Tony Walsh, condenado por pedofilia em 2010, preferiu se manter no anonimato, segundo Burke. A Irlanda é um dos países que mais sofreram disseminados escândalos de abusos por parte do clero, assim como Austrália, Chile e Estados Unidos.   

"Não posso não reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos sobre menores por parte de membros da Igreja encarregados de protegê-los e educá-los. O fracasso das autoridades eclesiásticas em enfrentar adequadamente esses crimes repugnantes suscitou uma indignação justa e permanece sendo causa de sofrimento e vergonha para a comunidade católica", disse Francisco durante um discurso a autoridades no Castelo de Dublin.   

"É meu desejo que a gravidade dos escândalos de abusos sirva para sublinhar a importância da proteção dos menores e adultos vulneráveis por parte de toda a sociedade", acrescentou. Para Collins, o posicionamento do pontífice neste sábado não apresentou "nada de novo" e foi "decepcionante".