Com grito contra homofobia, bloco de Preta Gil estreia em São Paulo
Uma multidão com celulares para cima na esperança de um bom clique cercou Preta Gil por volta das 13h30 quando ela chegou para a estreia de seu bloco no Carnaval de rua de São Paulo, que fecha hoje o pós-Carnaval, na praça do Obelisco, em frente ao Parque do Ibirapuera.
A gritaria e a quantidade de cliques não espantaram a artista que sorriu e mandou beijos para o público. O momento para ela é mesmo de festa. São dez anos de Carnaval. Isso no bloco, porque folia a filha de Gilberto Gil conhece desde pequena.
O Bloco da Preta seguiu com o desfile até as 18h com uma multidão se sacudindo em volta. Com convidados especiais e muitos ritmos, a diversidade marcou o primeiro desfile do bloco no Carnaval de rua de São Paulo. Tudo junto e misturado. Do axé ao funk.
Convidada especial: Lexa
E Preta ainda recebeu uma convidada em situação especial. Pouco depois de saber que Lexa havia sido vítima de um golpe em seu trio, Preta convidou a cantora para ir cantar em seu bloco. "Para mim esse é o maior sentido da vida, um ajudar o outro", disse antes de convidar Lexa ao palco. "Vocês não vão ficar sem a Lexa, ela vai cantar e brilhar, que é o que ela merece. Meu bloco é dela".
A batida do funk tomou conta do bloco em vários momentos do desfile. O ex-Banda Uó Mateus Carrilho e o carioca MC G7 também ajudaram a acender ainda mais os foliões. Pouco antes de encerrar, Preta Gil voltou a pedir um "não" contra a homofobia e emendou "Sinais de Fogo".
Com beijos para policiais, bombeiros, pessoal da limpeza, ambulantes, organização e pedidos de salvas de palmas para toda a equipe, imprensa e para os fãs, Preta fechou o desfile com sucessos como "Vou Festejar", de Beth Carvalho, "É Hoje", canção da União da Ilha do Governador, "País Tropical" de Jorge Ben Jor, e "Não Quero Dinheiro", de Tim Maia.
Porém, o bloco da Preta terminou mesmo com protesto contra o governo. Em ritmo de samba, bateria e foliões em um coro de mais de cinco minutos mandaram o recado: "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*". Segundo a organização,180 mil pessoas estiveram na festa.
Na sintonia do amor
"Foi o melhor Carnaval da minha vida", disse Preta ao UOL, logo que encerrou o desfile. "Foi o melhor e o mais perfeito em todos os sentidos", reforçou. "Terminar em São Paulo, como foi hoje, foi um presente divino, literalmente, terminamos com um arco-iris no céu abençoando o bloco", acrescentou Preta visivelmente emocionada.
Ela também elogiou a qualidade do público. "É nosso espelho", disse. "Acreditam no mesmo que eu, na inclusão, diversidade, no amor e respeito", completa a artista. "E foi isso o que vimos aqui, famílias, crianças, senhores e senhoras, casais heteros, gays, travestis, cadeirantes, deficientes, e todos ligados na mesma sintonia do amor".
Preta também disse que o balanço desses anos do bloco é totalmente positivo, de conquista. "Começamos sem nenhuma pretensão, mas eu tinha vontade de levar para o meu Rio tudo o que eu vivi nos carnavais da minha infância e adolescência na Bahia, que foi muito forte e importante na minha vida", declarou.
Para ela, fechar a folia na capital paulista é uma forma de coroar os dez anos do bloco e celebrar a união das duas cidades. "Hoje estou realizando um sonho, de trazer o bloco para as ruas de São Paulo, isso só é possível porque tenho vocês", disse a artista.
*Com colaboração de Adriana de Barros
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