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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Novo resiste aos apelos de Moro e terá evento para lançar d'Avila

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O Partido Novo lançará no próximo sábado, 2 de abril, em São Paulo, a pré-candidatura de Felipe d'Avila a presidente. Quando anunciou sua disposição de concorrer ao Planalto no final do ano passado, o cientista político afirmou que poderia abrir mão do projeto eleitoral em favor de um outro nome, consensual e competitivo, na chamada "terceira via". Porém, desde então, nenhuma das alternativas desse grupo de centro apresentadas aos eleitores nas pesquisas conseguiu superar o sarrafo dos dois dígitos de intenção de voto.

Diante desse fraco desempenho conjunto até aqui, o partido pretende insistir na pré-candidatura de d'Avila, resistindo, por exemplo, aos apelos de Sergio Moro (Podemos): o ex-juiz, segundo apurou a coluna, sugeriu ao Novo que retirasse a candidatura do cientista político para apoiá-lo, o que criaria, na visão de Moro, um fato eleitoral capaz de movimentar o cenário no centro. Ouviu um "não" como resposta.

Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, d'Avila, com 1% das intenções de voto, está no mesmo patamar de João Doria (PSDB), com 2%, e de Simone Tebet (MDB), 1%. Ou seja, todos empatados na margem de erro do levantamento. Vale destacar que, em 2018, o então candidato do Novo a presidente, João Amoêdo, só começou a pontuar nas pesquisas por volta de junho.

Luiz Felipe D'Ávila - Raquel Cunha/Folhapress - Raquel Cunha/Folhapress
Luiz Felipe d'Avila, pré-candidato à Presidência
Imagem: Raquel Cunha/Folhapress

Moro está empacado em 8%. Há, no entanto, um agravante para o pré-candidato tucano e o ex-juiz: ambos têm rejeição acima de 60% na média de todas as pesquisas, enquanto Simone Tebet e Felipe d'Avila ainda são pouco conhecidos do eleitor. Em privado, integrantes do Novo avaliam que as conversas com outros partidos só devem evoluir em torno de uma aliança se algum nome da centro-direita encostar em Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas.

A manutenção da pré-candidatura de d'Avila leva em conta também fatores internos. O Novo conseguiu diminuir radicalmente seus conflitos desde que o cientista político topou ser lançado. O partido estava dividido entre alas que flertavam com a oposição a Jair Bolsonaro, outras que defendiam uma postura de independência e até algumas que pregavam alinhamento pontual ao governo federal. O número de novos filiados voltou a crescer após um período de queda.

O lançamento da pré-candidatura será em um evento de caráter nacional, na sede da Fecomercio, em São Paulo. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, será uma das estrelas da festa. A ideia é reunir líderes do Novo de todo o país, em uma espécie de largada das pré-campanhas nos estados. Ainda em abril, o cientista político fará um tour pelo Nordeste, onde pretende se apresentar ao eleitor da região.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado na legenda da foto, Felipe d'Avila é pré-candidato a presidente pelo Novo, e não a governador de São Paulo pelo PSDB. Já a data para o Novo lançar a pré-candidatura de d'Avila é dia 2 de abril, e não 2 de março. O texto e a legenda foram corrigidos.