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Alberto Bombig

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Projeto do governo para despolitizar Forças Armadas não basta, mas é avanço

Colunista do UOL

16/03/2023 20h13

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O ministro da Defesa, José Múcio, entregou hoje (16) ao Palácio do Planalto um projeto para despolitizar as Forças Armadas, obrigando militares a saírem das Forças Armadas se optarem por ocupar cargos políticos. Na opinião do colunista do UOL Alberto Bombig o projeto não é suficiente para a despolitização, mas é um bom primeiro passo para tal.

O projeto do governo não basta para despolitizar as Forças Armadas, mas é um avanço. Alberto Bombig

Durante o programa Análise da Notícia, ele também destacou a dificuldade da despolitização levando em consideração que toda a sociedade brasileira está extremamente politizada e as Forças Armadas, por sua vez, "não estão no vácuo da sociedade". Além disso, Bombig também lembrou que hoje militares já são impedidos de se filiarem a partidos políticos.

Militarização em todas as esferas. Apesar de o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter distribuído diversos cargos para militares, Bombig afirmou que isso acabou ocorrendo também nas esferas estaduais e municipais. Hoje quase mil militares exercem funções civis no Palácio do Planalto, mas a prática já acontece desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Ajuda dos comandantes das Forças Armadas. O colunista do UOL voltou a reforçar que o projeto por si só não basta e, para que dê certo em algum nível, é necessário que ocorra também uma negociação com os comandantes das Forças Armadas. "Na carreira militar há uma hierarquia muito mais rígida do que em outras áreas, então acho que se os comandantes exercerem seu papel de fiscalizar e proibir essa politização, isso já ajudaria muito. Não adianta só a lei, quem comanda precisa ter essa consciência também", afirmou.

Congresso conservador. Sobre a possibilidade de um projeto de lei contra a politização das Forças Armadas ser aprovado no Congresso, Bombig pontuou que hoje o Congresso brasileiro é considerado conservador. "Não consigo imaginar que vai passar e provavelmente vai sofrer alterações. Acho mais fácil despolitizar na conversa e na negociação. Ele [Lula] tem a caneta na mão, é só não nomear ou demitir e é mais fácil do que baixar um termo que impeça ou proíba a participação", disse.

O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: