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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Campanha de Rodrigo Garcia já prevê subir o tom contra Tarcísio e Haddad

Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo - Divulgação/Governo de São Paulo
Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Colunista do UOL

31/08/2022 12h21Atualizada em 31/08/2022 12h21

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Com Rodrigo em terceiro lugar, a ideia é que ele troque o discurso "nem-nem" adotado até agora e suba o tom contra o petista e o candidato de Jair Bolsonaro (PL). Segundo o Ipec, Haddad lidera a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes com 32% das intenções de voto. O ex-ministro Tarcísio tem 17%, e o governador, que tenta a reeleição, aparece com 10%.

Os programas de TV levados ao ar até agora pela comunicação da campanha têm sido focados em apresentar o governador ao eleitor, visto que ele assumiu o cargo em abril, após João Doria ter deixado o Bandeirantes. No campo do discurso político-eleitoral, a meta é enfatizar que o tucano está acima das disputas ideológicas entre Lula (PT) e Bolsonaro, ou seja, que não precisa de padrinhos políticos, como Haddad e Tarcísio.

O resultado da pesquisa Ipec, no entanto, apesar de não ter abalado o comando da campanha, trouxe certa intranquilidade ao entorno político do governador. O temor é de que, a praticamente um mês do primeiro turno, não haja tempo suficiente para Rodrigo superar Tarcísio e conquistar uma vaga no segundo turno contra Haddad se ele não for para cima dos adversários. A leitura é de que o petista está praticamente garantido na fase decisiva.

Por isso, a partir de meados de setembro Rodrigo deverá subir o tom para marcar firmemente suas diferenças em relação aos adversários. A ideia é que ele não mire apenas em Tarcísio, seu concorrente direto, mas também em Haddad.

Contra o candidato de Bolsonaro, Rodrigo insistirá na estratégia de dizer que ele é um forasteiro (nunca viveu no estado de São Paulo) e que desconhece os reais problemas dos paulistas. Também deverá questionar a competência técnica de Tarcísio como ministro apontando deficiências da gestão dele no Ministério da Infraestrutura.

Para fustigar Haddad, Rodrigo evocará a administração do petista na capital paulista (2013-2016). O tom será dizer que Haddad deixou São Paulo abandonada. Não está previsto, por ora, ataques do governador tucano a Lula ou a Bolsonaro. A campanha entende que pode receber votos dos eleitores de ambos.

No comando da campanha, o dado comemorado na pesquisa Ipec foi o da avaliação do governo de Rodrigo: 17% consideravam a gestão do tucano boa ou ótima no levantamento anterior; agora, esse índice subiu para 26%. Esse resultado mostra que a estratégia de apresentar Rodrigo ao eleitor e de ligar a imagem dele às realizações no estado tem dado resultado.