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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Para campanhas, FHC dá apoio velado a Lula sem entrar na onda do voto útil

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - Reprodução
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

22/09/2022 12h52

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A nota de Fernando Henrique Cardoso defendendo o voto pela democracia foi entendida por setores o PT, do PSDB e do MDB como uma declaração velada de apoio a Lula no primeiro turno, mas deixando uma porta aberta para os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e de Simone Tebet (MDB) manterem suas escolhas em 2 de outubro.

Ou seja, FHC não entrou abertamente na onda do voto estratégico ou "voto útil" para derrotar Jair Bolsonaro (PL) já na primeira fase da campanha presidencial.

Entre os petistas, as chamadas alas moderadas ficaram satisfeitas e receberam o texto com alegria, apesar de o ex-presidente tucano não ter declarado explicitamente seu voto em Lula. Setores mais radicais, porém, ficaram frustrados e avaliaram que FHC, como na tradição de seu partido, ficou em cima do muro.

O entendimento de quem aprovou a nota, no entanto, é de que FHC ficaria em posição delicada se explicitasse sua opção por Lula porque o PSDB, partido dele, está formalmente na coligação da presidenciável Simone Tebet (MDB).

Um profundo conhecedor do PSDB diz que FHC adotou a posição de um "magistrado" ao anunciar sua interpretação do atual do cenário, condizente com a condição de presidente de honra do PSDB.

O teor da nota, mesmo se encaixando quase à perfeição na plataforma do candidato petista, também deixa margem para interpretações favoráveis ao projeto eleitoral de Tebet, por exemplo.

"Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, valoriza a educação e a ciência e está empenhado na preservação de nosso patrimônio ambiental, no fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades e no restabelecimento do papel histórico do Brasil no cenário internacional", afirmou FCH em nota divulgada pela assessoria de seu instituto.

Mesmo com todos os cuidados adotados por FHC, alas do PSDB mais alinhadas com a direita e até com o bolsonarismo avaliaram que ele não deveria ter se posicionado antes do primeiro turno.