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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Reação de Bolsonaro ao TSE aumenta tensão para debate da TV Globo

26.out.2022 - O presidente Jair Bolsonaro (PL) faz pronunciamento em Brasília - Letícia Casado/UOL
26.out.2022 - O presidente Jair Bolsonaro (PL) faz pronunciamento em Brasília Imagem: Letícia Casado/UOL

Colunista do UOL

27/10/2022 10h55Atualizada em 27/10/2022 11h00

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A reação de Jair Bolsonaro (PL) à recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fez crescer nos bastidores das campanhas a tensão que envolve o debate da TV Globo, marcado para esta sexta-feira (28).

Segundo apurou a coluna, há o temor entre petistas e até entre correligionários do presidente de que Bolsonaro possa utilizar a grande audiência do debate para atacar não apenas seu adversário no segundo turno, o ex-presidente Lula (PT), mas também as instituições, especialmente o TSE e o STF (Supremo Tribunal Federal).

Na campanha de Lula e até na de Bolsonaro, a leitura é de que o presidente passará um "atestado de derrota" se deixar o confronto com o petista de lado para se concentrar no ataque às instituições e às urnas eletrônicas.

O objetivo seria criar um clima de desobediência civil e insurreição no país às vésperas da eleição, ou seja, para provocar o "terceiro turno". Um correligionário de Bolsonaro, do chamado "núcleo político" e com cargo importante em partido da coligação presidencial, afirmou, em privado, que a estratégia para o debate será definida somente após a divulgação da pesquisa Datafolha, prevista para esta quinta-feira, 27.

Se os resultados sepultarem qualquer chance de vitória de Bolsonaro, será preciso redimensionar todo o planejamento que, por ora, não prevê utilizar o debate para ataques diretos às instituições, diz ele. O apoiador do presidente lembra, por exemplo, que o mandatário não adotou essa postura em nenhum dos debates desta campanha.

Mas esse correligionário não descarta que uma decisão da família Bolsonaro possa ser tomada no sentido de aproveitar a TV Globo para unificar os apoiadores do presidente na busca de uma reação "radical" e "extrema" a um resultado adverso domingo (30). Como é de amplo conhecimento na campanha e fora ela, Carlos Bolsonaro tem forte influência sobre o pai.

Na quarta-feira (26), Moraes, rejeitou a ação apresentada pela campanha de Bolsonaro sobre a suposta supressão de inserções (peças de propagando eleitoral) do presidente em rádios de Norte e Nordeste. Segundo o ministro, faltam provas e o levantamento apresentado pelo candidato tem por base empresa "não especializada em auditoria".

Na mesma quarta-feira, Bolsonaro afirmou que recorrerá até o fim e que seu partido deve contratar uma terceira empresa de consultoria para analisar os casos.