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Com ações simbólicas, Lula estoca popularidade para sacrifício fiscal
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Assessores e conselheiros de Lula afirmaram ao presidente que ele ainda tem um estoque de popularidade suficiente bancar a volta da cobrança de impostos federais sobre gasolina e etanol, mesmo se ela representar aumento nos preços dos combustíveis.
Esse debate em torno da extensão e abrangência de um ajuste fiscal divide o PT e os bastidores do governo. Quem se colocou contra a volta da cobrança, por exemplo, disse que ela pode representar riscos à avaliação do presidente neste início do terceiro mandato de Lula.
O argumento da "gordura de popularidade" foi importante para que Lula tomasse a decisão de apoiar seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e decidisse pela cobrança. Ainda assim, o governo conta com a ajuda da Petrobras para evitar o aumento de preços ao consumidor, como anunciou Haddad.
Porém, mesmo se o aumento for inevitável, o capital político de Lula não será abalado, acreditam petistas e assessores ouvidos pela coluna. Segundo eles, o presidente ainda está colhendo os frutos de medidas como o aumento do Bolsa Família e do salário mínimo, além de outras ações de caráter mais "simbólico".
Lula interrompeu sua folga de carnaval para acompanhar os trabalhos de resgaste de vítimas na recente tragédia no litoral norte de São Paulo. O presidente, avaliam esses assessores, também foi o responsável por evitar que a situação precária dos povos yanomamis se agravasse ainda mais.
Nesta segunda-feira (27), Lula foi vacinado contra a covid-19 pelo vice Geraldo Alckmin, que é médico. Esse conjunto de ações, conforme monitoramento feito pelo Planalto, ajudaram a fortalecer entre a população a percepção de que o governo e seu presidente "se preocupam com as pessoas", em claro contraponto ao antecessor do petista, Jair Bolsonaro (PL).
Portanto, a conclusão é de que Lula ainda mantém um estoque de popularidade capaz de chegar inabalável pelo menos até meados deste ano, mesmo se forem exigidos mais "sacrifícios fiscais" pela equipe econômica. Haddad e sua equipe prometeram reduzir o buraco das contas do governo para 1% do PIB em 2023, algo em torno de R$ 100 bilhões, e zerar o déficit em 2024.
Oposição. No outro extremo do espectro político, a desarticulação da oposição e as dificuldades do clã Bolsonaro após o chamado "8 de janeiro" também favorecem Lula. Com Jair Bolsonaro ainda vivendo nos Estados Unidos, os estrategistas do PT e do Planalto enxergam uma espécie de "cacofonia" no discurso contrário ao governo. Ou seja, não soa bem, não há harmonia ou objetivo comum.
Um dado da mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada na terça-feira (14) deste mês, chamou a atenção de quem está acostumado a analisar esses levantamentos sobre popularidade de governos e políticos: 92% dos eleitores não se arrependeu de ter votado em seu candidato no ano passado.
No principal cenário, o governo Lula foi avaliado como positivo por 40% dos entrevistados. Outros 24% afirmaram que a administração do petista é regular; 20% a consideram negativa. Não souberam ou não responderam são 16%.
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