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Amaury Ribeiro Jr

Polícia prende empresário acusado de participar de prostituição de menores

Imagem do Google mostra casa onde polícia investiga esquema de pedofilia e prostituição de menores em Belo Horizonte - Reprodução
Imagem do Google mostra casa onde polícia investiga esquema de pedofilia e prostituição de menores em Belo Horizonte Imagem: Reprodução

05/12/2020 04h01Atualizada em 14/12/2020 18h46

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Belo Horizonte (Depca) prendeu na última quinta-feira o empresário Leonardo Rodrigues Zambrana, acusado de envolvimento com um esquema de prostituição infanto-juvenil que funcionava no bairro Pampulha, na capital mineira. Apelidada pelas mães das vítimas de a "Casa dos Anjos", o imóvel usava como fachada uma empresa chamada de Loucos por Aventura.

Mas de acordo com as investigações da polícia, o imóvel foi alugado em plena pandemia com outro objetivo: a realização de festas em que meninas de 13 a 15 anos eram drogadas e abusadas sexualmente.

As investigações apontam ainda que, após serem violentadas, as meninas eram fotografadas nuas. Num barracão onde funcionava uma outra empresa de informática de Zambrana, a polícia encontrou fotos pornográficas de crianças e adolescentes. Essas fotos eram exibidas em sites ligados à pedofilia.

A defesa de Zambrana não comenta a investigação e afirma apenas que "a verdade sobre o que eventualmente ocorreu aflorará nos autos da persecução criminal".

Uma dessas fotos chegou até a mãe de uma das meninas, que denunciou o crime à polícia. Ao quebrar o sigilo telefônico da menina, a polícia chegou ao nome dos acusados de pertencerem ao grupo.

Zambrana estava foragido havia um mês e era procurado pela Interpol. Ao desencadear a Operação Angel, os policiais do Depca no início do mês já haviam prendido um influenciador, que foi candidato a vereador nas últimas eleições, e uma cafetina, acusada de recrutar as meninas para as festas.

O nome deles está sendo mantido em sigilo pela polícia. Procurada pelo UOL, a delegada Renata Ribeiro, que comanda as investigações, não quis dar detalhes sobre as investigações, que correm sob segredo de Justiça.

Ativistas pedem PF nas investigações

O caso da "Casa dos Anjos" gerou reação de grupos ativistas. Conhecido por atuar no caso João de Deus, o Movimento Vítimas Unidas ingressou com representação para que a Polícia Federal passe a também investigar a exploração das menores.

"Estamos diante de um caso ainda mais assustador do que o João de Deus porque envolve crianças", disse Mario do Carmo dos Santos, presidente do Movimento Vítimas Unidas. A PF, no entanto, já se manifestou que só entrará no caso ser for acionada para colaborar pela própria Polícia Civil.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A coluna errou ao afirmar que o empresário Leonardo Zambrana é dono da empresa Loucos por Aventura, que pertence ao esportista Rodrigo Fiuza, também detido nas investigações. Foi também uma imprecisão da reportagem colocar Zambrana como líder do grupo investigado. A frase e o título da matéria foram ajustados.
A coluna e a home-page do UOL erraram na identificação do suspeito. O nome correto do investigado é Leonardo Rodrigues Zambrana. A matéria foi corrigida.