Polícia prende empresário acusado de participar de prostituição de menores

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Belo Horizonte (Depca) prendeu na última quinta-feira o empresário Leonardo Rodrigues Zambrana, acusado de envolvimento com um esquema de prostituição infanto-juvenil que funcionava no bairro Pampulha, na capital mineira. Apelidada pelas mães das vítimas de a "Casa dos Anjos", o imóvel usava como fachada uma empresa chamada de Loucos por Aventura.
Mas de acordo com as investigações da polícia, o imóvel foi alugado em plena pandemia com outro objetivo: a realização de festas em que meninas de 13 a 15 anos eram drogadas e abusadas sexualmente.
As investigações apontam ainda que, após serem violentadas, as meninas eram fotografadas nuas. Num barracão onde funcionava uma outra empresa de informática de Zambrana, a polícia encontrou fotos pornográficas de crianças e adolescentes. Essas fotos eram exibidas em sites ligados à pedofilia.
A defesa de Zambrana não comenta a investigação e afirma apenas que "a verdade sobre o que eventualmente ocorreu aflorará nos autos da persecução criminal".
Uma dessas fotos chegou até a mãe de uma das meninas, que denunciou o crime à polícia. Ao quebrar o sigilo telefônico da menina, a polícia chegou ao nome dos acusados de pertencerem ao grupo.
Zambrana estava foragido havia um mês e era procurado pela Interpol. Ao desencadear a Operação Angel, os policiais do Depca no início do mês já haviam prendido um influenciador, que foi candidato a vereador nas últimas eleições, e uma cafetina, acusada de recrutar as meninas para as festas.
O nome deles está sendo mantido em sigilo pela polícia. Procurada pelo UOL, a delegada Renata Ribeiro, que comanda as investigações, não quis dar detalhes sobre as investigações, que correm sob segredo de Justiça.
Ativistas pedem PF nas investigações
O caso da "Casa dos Anjos" gerou reação de grupos ativistas. Conhecido por atuar no caso João de Deus, o Movimento Vítimas Unidas ingressou com representação para que a Polícia Federal passe a também investigar a exploração das menores.
"Estamos diante de um caso ainda mais assustador do que o João de Deus porque envolve crianças", disse Mario do Carmo dos Santos, presidente do Movimento Vítimas Unidas. A PF, no entanto, já se manifestou que só entrará no caso ser for acionada para colaborar pela própria Polícia Civil.