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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Nº 2 da Caixa deixará banco após ser citado em denúncia contra Guimarães

Celso Leonardo Barbosa,  vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa Econômica Federal - Reprodução/Instagram
Celso Leonardo Barbosa, vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa Econômica Federal Imagem: Reprodução/Instagram

01/07/2022 11h25

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Considerado o número dois na administração da Caixa Econômica Federal, o vice-presidente de Negócios de Atacado, Celso Leonardo Barbosa, deixará o banco, após ser citado nas denúncias de assédio sexual que derrubaram o presidente da instituição, Pedro Guimarães.

A informação foi publicada pelo colunista do jornal O Globo Lauro Jardim e confirmada pelo UOL. A coluna procurou o executivo para pedir posicionamento e aguarda resposta.

A Caixa diz que a perda do cargo é decidida pelo conselho de administração e que não há previsão de reunião nesta sexta-feira (1º), mas a coluna apurou que, da parte do governo, a decisão da saída do executivo está tomada.

O nome de Barbosa aparece nas denúncias de uma funcionária que relatou à ouvidoria da Caixa ter sido vítima de assédio. Ele teria colaborado com Guimarães em alguns episódios.

A conduta do executivo também motivou um pedido de esclarecimentos à Caixa pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), na quarta-feira. Na notificação, o MPT pede que o banco se manifeste sobre a denúncia de que o executivo "causaria 'temor' às mulheres que trabalham no banco, levando a crer que as denúncias de assédio também se estenderiam ao referido gestor".

A notificação é a mesma em que o MPT solicita informações sobre Guimarães. O banco tem um prazo de dez dias para responder.

Além do MPT, o MPF (Ministério Público Federal) e o TCU (Tribunal de Contas da União) também abriram investigações para apurar as denúncias.

O então presidente da Caixa pediu demissão na quarta-feira (29), depois de o site Metrópoles publicar relatos de funcionárias que afirmam terem sido vítimas de assédio sexual por parte dele, com toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites inapropriados para uma relação de trabalho. Ele nega as acusações e diz ter sido colocado em uma "situação cruel e desigual".

O executivo foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, de quem se tornou muito próximo, aparecendo em diversas lives e eventos ao lado do presidente.

Para o seu lugar, o governo escolheu Daniella Marques, considerada uma das protagonistas da gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia, como assessora e depois como secretária. Marques é ex-sócia do ministro e saiu da iniciativa privada junto com ele, para integrar o governo.

Caixa diz que denúncias estão sendo apuradas

Por meio de sua assessoria, a Caixa informou que os casos de assédio envolvendo diretores do banco estão sendo tratados com prioridade pela Corregedoria, que possui um trabalho "robusto e atuante".

Segundo o banco, todo o material que está sendo divulgado pela imprensa já está sendo incorporado às denúncias recebidas. O banco informou ainda que "quem estiver envolvido sofrerá as sanções previstas, independentes das apurações externas".