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Ministro da Defesa insistirá em reunião técnica, apesar de ver aceno do TSE
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As Forças Armadas estarão na reunião do dia 1º de agosto, convocada pelo presidente do TSE, Edson Fachin, como entidades fiscalizadoras do sistema eletrônico de votação. Apesar disso, o ministro da Defesa, Paulo Sergio, seguirá pressionando a corte eleitoral — com um discurso alinhado com o presidente Jair Bolsonaro (PL) — e vai insistir na realização de uma reunião entre técnicos.
Assim como fez em sua participação, na semana passada, na Comissão de Fiscalização do Senado, Paulo Sergio diz que somente em uma reunião técnica poderia reforçar a necessidade de acolhimento de três propostas que os militares consideram "essenciais".
"Há três propostas que consideramos importantes e que, se acolhidas - e ainda há tempo para acolhê-las [para as eleições deste ano] — resolveriam muita coisa", disse o general, na audiência.
As sugestões do ministro da Defesa, que já foram respondidas pelo TSE, são: realizar o teste de integridade das urnas nas mesmas condições de votação, incluindo o uso de biometria; Promover o TPS (Teste Público de Segurança) no modelo de urna UE2020, que representa 39% do total de urnas; e incentivar a realização de auditoria por outras entidades, principalmente por partidos políticos, conforme prevê a legislação eleitoral.
Fachin, que acolheu parte das sugestões enviadas pelos militares, já avisou Paulo Sergio que as demais propostas das Forças Armadas serão consideradas após a eleição de 2022.
O ministro da Defesa, porém, avisou a interlocutores que vai continuar insistindo para que a presidência do TSE agende uma reunião entre técnicos da Corte eleitoral e das Forças Armadas com o intuito de que essas propostas possam avançar e ser implementadas ainda neste ano.
Participação da USP é vista com 'bons olhos'
Apesar de a Defesa dar sinais de que vai insistir no embate com o TSE, fontes da pasta, incluindo o ministro, viram com bons olhos a iniciativa do tribunal de permitir que professores e pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo realizem testes de segurança no novo modelo de urna eletrônica (UE2020) que será usado nas eleições 2022.
A avaliação dos modelos UE 2020 deve ocorrer até o próximo mês. Segundo o TSE, os pesquisadores tentarão quebrar o sigilo e alterar a destinação de votos, além de simular possíveis formas de ataque aos programas (softwares) e equipamentos (hardware) que compõem o sistema eleitoral.
Os militares afirmam que uma das propostas do ministro é justamente submeter o modelo UE2020 ao Teste Público de Segurança (TPS), mas que "não apenas uma" e sim várias instituições deveriam participar do treinamento realizando ataques às urnas e testando as suas vulnerabilidades.
Apesar disso, fontes ouvidas pela coluna afirmaram que a iniciativa do TSE é uma sinalização positiva para a adoção de medidas que possam aperfeiçoar a transparência e a segurança do processo eleitoral. E reforçam que vão insistir para que as medidas aconteçam "ainda para este pleito".
As Forças Armadas têm repetido o discurso de Bolsonaro. Em um recente oficio solicitaram ao TSE todos os arquivos das eleições de 2014 e 2018, justamente os anos que fazem parte da retórica de fraude do presidente.
Discurso de campanha
Apesar de integrantes da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro avisarem que o embate com a Justiça eleitoral "não rende votos", o presidente tem demonstrado que vai insistir na briga com o TSE e com o Judiciário, como uma espécie de vacina para contestar o resultado das eleições, caso seja derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atual favorito nas pesquisas de intenção de votos.
O tema, aliás, dominou a última reunião ministerial de Bolsonaro, na qual a equipe de campanha - incluindo o general Braga Neto, que será vice na chapa — queria alinhar estratégias de viagens em busca de votos.
Sem fraude comprovada
Nunca houve registro de fraude eleitoral no Brasil desde que a urna eletrônica passou a ser usada. Uma fraude no voto eletrônico é improvável porque dependeria de uma combinação de violações de segurança que dificilmente aconteceria. E o resultado das eleições pode, sim, passar por auditoria. Veja o vídeo e saiba mais sobre o assunto.
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