Bolsonaro acompanha Círio de Nazaré; Lula evita campanha na festa religiosa

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa neste sábado (8) de uma romaria fluvial que faz parte das festividades do Cirio de Nazaré, em Belém (PA) e a campanha tenta pregar que a agenda não teria relação com a campanha à reeleição.

Seu concorrente no segundo turno das eleições presidenciais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou, em agenda com frades franciscanos em São Paulo na terça-feira (4), que não iria a festa em Belém por ser contra o uso político da festa —Janja, esposa de Lula, acompanhará as celebrações.

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Presidente x candidato. Segundo integrantes da campanha, Bolsonaro não deve discursar ou fazer pedidos públicos de voto, justamente para tentar separar o papel de presidente do de candidato. Está é a segunda vez que o presidente acompanha a festa —a primeira foi em 2015, quando ainda era deputado.

Apesar disso, Bolsonaro deve usar nos próximos programas eleitorais e também em suas publicações nas redes sociais as imagens da festa, que reunirá cerca de 2,5 milhões de pessoas.

Primeira-dama. Michelle, sua esposa, não foi ao Pará. Sua agenda prevê participação em um adesivaço em Goiânia ao lado da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos).

Enquanto isso, Lula em SP. Lula participa nesta manhã de uma caminhada em Campinas, no interior paulista, ao lado do candidato petista ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), derrotado no primeiro turno por Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Bolsonaro.

Quem venceu no Pará? Na disputa do primeiro turno, Lula obteve mais votos que Bolsonaro no estado. Foram 52,22% para o petista contra 40,27% para o atual presidente.

Nesta semana, Lula recebeu o apoio do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, que venceu no primeiro turno com 70,41% dos votos. O segundo colocado era o candidato de Bolsonaro, Zequinha Marinho (PL), que teve 27,13% dos votos.

Impacto na campanha. A ida a Belém é vista pela campanha de Bolsonaro como mais um trunfo para tentar reforçar a mensagem de que o presidente tem apoio popular com a imagem dos milhares de católicos que ocupam as ruas da capital paraense.

Segundo um integrante da campanha, o fato de Lula, até o momento, não ter fechado sua participação na festa, vai dar ainda mais munição a Bolsonaro, que acusará o petista de ter "medo das ruas". Além disso, a estratégia visa angariar votos de católicos, já que a disputa por esse eleitor "com base na fé e na religião" tem sido uma das mais acirradas da campanha.