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Vista como potência na campanha, Damares é ativo que traz risco a Bolsonaro
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A ex-ministra e agora senadora eleita pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), é uma das maiores apostas da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) agora no segundo turno. Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a ex-ministra está com a missão de conquistar o voto evangélico e das mulheres.
Nos primeiros dias de atuação, a agenda da ex-ministra foca em estados do Norte e do Nordeste. Logo na largada das suas viagens, porém, em Goiânia (GO), uma declaração chocante sobre supostos casos de abuso sexual contra crianças no Marajó (PA) acabou viralizando.
A campanha ainda avalia a repercussão do caso, mas o fato de o Ministério Público Federal ter cobrado explicações da ex-ministra e do presidente Jair Bolsonaro trouxe preocupação, já que o presidente pode ter cometido o crime de prevaricação caso tenha tomado conhecimento das denúncias sem ter nenhuma atitude.
Além disso, o grupo de advogados que forma o Prerrogativas afirmou que vai entrar com representação no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo investigação sobre as denúncias. Como a relação de Bolsonaro com a Corte vai de mal a pior há o receio de que alguma decisão cause impacto negativo para a campanha.
Em nota divulgada nesta terça-feira (11), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos disse que as afirmações feitas pela ex-ministra "foram apresentadas com base em numerosos inquéritos já instaurados que dão conta de uma série de fatos gravíssimos praticados contra crianças e adolescentes".
Tiro no pé?
Um auxiliar de Bolsonaro disse que ainda é cedo para mensurar os efeitos do papel da ex-ministra, mas que expor o lado radical de Damares pode ser um 'tiro no pé' na tentativa de atrair um eleitorado de centro, menos radical.
De acordo com outra fonte ligada ao presidente, caso a ex-ministra 'pese demais a mão' há chances de que outras polêmicas gerem mais perdas do que ganhos para Bolsonaro.
'Muita calma nessa hora'
No Palácio do Planalto, a visão é de que Damares saiu das urnas muito fortalecida e já nos primeiros dias começou uma intensa movimentação para aumentar o seu ativo político.
O fato de a ex-ministra se lançar como uma possibilidade de ser candidata à presidência do Senado, porém, foi avaliado por um ministro como precipitado. Na avaliação deste auxiliar de Bolsonaro, o trabalho agora deve ser a reeleição do presidente, já que o Congresso atual ainda funciona até janeiro de 2023.
Criatura vai superar o criador?
Apesar de críticas veladas nos bastidores, a maior parte da campanha de Bolsonaro afirma que é inegável que ex-ministra é um ativo importante para a campanha, já que ela ecoa muito, "dentro e fora da bolha".
Um auxiliar da campanha avalia ainda que Damares tem potencial para se tornar uma liderança muito grande na extrema-direita. Podendo até superar o Bolsonaro, ocasionalmente.
Esse protagonismo da ex-ministra seria ainda reforçado pelo fato de que como parlamentar empossada Damares terá imunidade, por pelo menos oito anos, "para falar o que quiser".
Mais informações no podcast do UOL, o Radar das Eleições.
O programa O Radar das Eleições vai ao ar às terças-feiras.
Quando: toda semana, às 10h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Você também pode conferir nas plataformas de podcasts. Veja a íntegra do programa:
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