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Bolsonaro põe bandeira do Brasil na fachada do Planalto; Iphan não comenta
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Trinta e sete dias depois das celebrações da Independência do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro mandou instalar nesta sexta-feira (14) uma bandeira do Brasil na fachada do Palácio do Planalto, em Brasília.
A instalação foi realizada pela Secretaria-Geral da Presidência, subordinada ao ministro Luiz Eduardo Ramos.
À noite, em entrevista à um podcast em Minas Gerais, o presidente justificou a colocação do símbolo nacional como uma resposta ao PT. "O PT entrou na Justiça para tirar uma bandeira de uma igreja em Belém. A Juíza, desta vez, agiu de maneira correta e disse que é o símbolo nacional. Mandei pegar uma bandeira enorme e colocar na minha casa".
A bandeira, porém, foi colocada na sede do Executivo e não na residência oficial, que é o Palácio da Alvorada.
"Acho que ninguém vai ter coragem de falar 'retira daí, se não vou dar uma multa de não sei quanto por dia'. É a nossa bandeira do Brasil. A questão da censura é devagar. Certas coisas não se perdem de uma hora para a outra, você perde com o tempo", afirmou Bolsonaro.
Ministros ouvidos pela coluna minimizaram a intervenção na fachada do Planalto. E disseram que a suposta "perseguição" da mídia contra o símbolo nacional só ajudaria a campanha à reeleição de Bolsonaro.
Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que Bolsonaro já havia se manifestado a respeito.
Curador critica e vê propaganda eleitoral
O arquiteto especialista em patrimônio histórico e ex-curador dos Palácios de Brasília, Rogério Carvalho, afirmou que a colocação da bandeira na fachada do Planalto é um caso "complicado" e que "fica óbvio que é propaganda eleitoral".
Carvalho acredita que o Iphan (Instituto do Patrimônio histórico e artístico Nacional), responsável pela curadoria dos bens tomabos do país, não deve impedir a ordem de Bolsonaro já que a bandeira não é uma alteração permanente.
Ele, porém, entende que mesmo que seja uma intervenção provisória trata-se de uma descaracterização do bem tombado.
O ex-curador lembra um caso recente que levou ao debate sobre alterações em prédios ligados à Presidência: as alterações feitas a pedido da ex-primeira-dama Marcela Temer na varanda do Palácio da Alvorada.
"Era algo provisório, o Iphan aprovou, bati tanto que saíram do Palácio e tiraram a grade", afirmou.
Em 2017, o ex-presidente Michel Temer se mudou com a família para o Palácio do Alvorada e foi feita a colocação da rede de proteção "em caráter temporário" para proteger o filho mais novo do presidente, Michelzinho, 7. A estadia, porém, só durou 11 dias.
O Iphan foi procurado, mas ainda não se manifestou.
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