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TSE analisa se Zambelli cometeu crime eleitoral com perseguição armada
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Um relatório de inteligência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apura se a conduta da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pode configurar prática de crime eleitoral por porte ilegal de arma, desrespeito a resolução 23.708/2022 e tentativa de tumultuar o processo eleitoral.
O documento, assinado pelo gabinete da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, do Núcleo de Inteligência do TSE, juntou os vídeos publicados neste sábado que mostram o episódio.
O relatório com 26 páginas aponta que em um dos vídeos analisados Zambelli "aparece portando arma de fogo, em local público".
"No vídeo analisado, é possível notar que Carla Zambelli está em envolvida em uma discussão, onde foi verificada (análise do vídeo) que após discussão, sai em perseguição a uma pessoa, em certo momento, retira de sua cintura, uma arma, aparentemente uma pistola e vai em direção a um bar/restaurante, lotado de populares, sempre com uma arma em mãos, apontada para pessoas", diz o documento.
Na avaliação do núcleo de inteligência da corte eleitoral, as imagens mostram "no tempo 19 segundos, é possível escutar, claramente, disparo de arma de fogo, no tempo 34 segundos, identificamos Carla Zambelli retirando da cintura, uma arma de fogo".
O relatório será analisado pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
Zambelli diz que ignorou resolução conscientemente
Depois de empunhar uma arma contra um homem negro, Zambelli afirmou que "ignorou conscientemente" a resolução do TSE que restringe o transporte de armas e munições nas 24 horas antes do dia da eleição.
"Eu sou legisladora, uma resolução é ilegal e ordens ilegais não cumprem", disse ela à imprensa. "Conscientemente estava ignorando a resolução e continuarei ignorando a resolução do senhor Alexandre de Moraes. Ele não é legislador, é simplesmente presidente do TSE e membro do STF. Não pode em nenhum momento fazer uma lei, isso é ativismo judicial", afirmou.
Campanha ainda avalia 'estrago'
Membros da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) dizem que ainda estão mensurando "os estragos" com o episódio.
A avaliação é que Bolsonaro não perderá votos dos eleitores mais convertidos e de direita, mas a campanha admite que a "imagem forte e impactante" de Zambelli com a arma em punho contra um negro tem potencial de prejudicar a campanha.
O maior receio, dizem, é afastar o eleitor indeciso ou mais progressista, que no primeiro turno votou em Ciro Gomes (PDT) ou Simone Tebet (MDB) e que poderia migrar para Bolsonaro.
Arma em punho
Zambelli foi filmada na tarde deste sábado (29) apontando uma arma para um homem negro na esquina da rua Joaquim Eugênio de Lima com a alameda Lorena, em São Paulo.
No vídeo, ela atravessa a rua e entra em um bar com uma pistola empunhada.
Zambelli afirma ter sido agredida e empurrada pelo homem, o jornalista Luan Araújo. "Eles usaram um negro para vir em cima de mim", disse.
O homem conversou com o UOL e afirmou que a intenção de Zambelli era "prendê-lo, matá-lo".
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