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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Chefes da Defesa de Bolsonaro e Lula acertam datas de sucessão nas Forças

José Múcio Monteiro, futuro ministro da Defesa - TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
José Múcio Monteiro, futuro ministro da Defesa Imagem: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

26/12/2022 16h41Atualizada em 26/12/2022 16h48

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O atual ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, recebeu nesta segunda-feira (26) na sede do Ministério da Defesa, em Brasília, o próximo titular da pasta, José Múcio Monteiro, para tratar sobre a transição. Na conversa, trataram sobre a troca nos comandos das Forças Armadas.

Segundo o UOL apurou, a reunião havia sido agendada na semana passada, portanto, antes da tentativa de explosão de um caminhão de combustível próximo ao aeroporto da capital federal por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Eles não teriam discutido a situação dos acampamentos bolsonaristas, embora haja uma pressão do novo governo para que os militares consigam desmobilizar os protestos.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu, para evitar desgaste com a cúpula militar, adotar o critério de antiguidade para os novos comandantes, que serão:

  • Exército - o general Julio Cesar de Arruda
  • Marinha - o almirante Marcos Olsen
  • Aeronáutica - brigadeiro Marcelo Damasceno

A expectativa é que o general Arruda assuma o posto no próximo dia 30, antes mesmo da posse de Lula. O general deixou hoje a chefia do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, em uma cerimônia interna. A data ainda não está completamente fechada, mas o Exército já trabalha com ela. Há inclusive a avaliação entre integrantes do futuro governo de que com o novo comandante a diretriz sobre o tratamento dado aos manifestantes possa mudar.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira, em entrevista à GloboNews, que os acampamentos devem acabar. "Não há dúvida, no governo eleito, inclusive com a orientação do presidente Lula, que a lei deve ser cumprida. Então, não se trata de uma escolha, não se trata de uma opção, se trata de uma imposição legal", disse.

Nós esperamos que nesta semana esse processo de ocupação ilegal em torno do quartel-general [do Exército] em Brasília cesse, ou seja, que a desocupação prossiga e, com isso, nós possamos ter um quadro de normalidade durante a posse"
Flávio Dino, futuro ministro da Justiça

Questionado sobre qual a atuação que o Exército deve ter com o aumento da violência e de possíveis ameaças vindas dos acampamentos bolsonaristas, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que "o Comando Militar do Planalto mantém permanente ligação com os Órgãos de Segurança Pública do Distrito Federal".

"Sobre o fato que envolveu a prisão do cidadão George Washington de Oliveira Sousa, as investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Civil/DF, a quem compete apurar o caso", disse.

Marinha e Aeronáutica também preparam troca

Na Marinha, a troca de comando pode acontecer nos dias 28 ou 29, também antes da posse. O atual comandante Almir Garnier tinha manifestado o desejo de deixar o posto antes do Natal. Mas, como a ideia seria para supostamente não bater continência para Lula, ele acabou sendo convencido pelos colegas das outras Forças a adiar a passagem.

A única troca que ficaria para depois da posse seria a da Aeronáutica — no dia 2 de janeiro. O atual comandante Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior também cogitou deixar o posto antes. Alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, Batista Júnior também teria mostrado a intenção de não ter de bater continência para Lula, mas pelo acertado hoje, só deve deixar o comando já no governo do petista.