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Carla Araújo

REPORTAGEM

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PL oferece salário para Michelle, mas desiste de pagar mansão a Bolsonaro

20.dez.22 - O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no Palácio da Alvorada - Lucio Tavora/Xinhua
20.dez.22 - O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no Palácio da Alvorada Imagem: Lucio Tavora/Xinhua

Do UOL, em Brasília

05/01/2023 16h07Atualizada em 05/01/2023 20h27

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O PL decidiu rever a ajuda de custos que prometeu a Jair Bolsonaro após a saída da Presidência. Os ajustes discutidos pela cúpula do partido de Valdemar Costa Neto envolvem a desistência do aluguel de uma mansão em Brasília, mas em compensação um salário para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — "no patamar do que recebe um deputado", ou seja, na casa de R$ 33 mil mensais.

Se o novo planejamento for confirmado, o PL deve garantir ao casal uma renda de mais de R$ 70 mil ao mês.

Inicialmente, Valdemar havia oferecido um salário de cerca de R$ 39 mil ao ex-presidente, com a promessa de que os vencimentos do Bolsonaro ficariam sempre em um "patamar de salário de ministro do STF", ou seja, o teto do funcionalismo público.

Além disso, Valdemar havia acertado o aluguel de um imóvel num condomínio no Jardim Botânico, área nobre de Brasília.

Agora, com a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, e sem a previsão de quando ele retorna ao Brasil, o presidente do PL decidiu mudar a os termos do acordo com o ex-presidente.

Segundo apurou a coluna, Valdemar disse a Bolsonaro que não faz sentido ele bancar a casa no Brasil com o presidente no exterior. Com o salário para Michelle, o casal teria um "bom dinheiro" para arcar com custos de moradias, em qualquer lugar, na avaliação do PL.

A cúpula da legenda diz que tem enfrentado dificuldades para pagar as contas após a aplicação de multa pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes — em razão de o partido ter tentado tumultuar o processo eleitoral.

Para honrar as promessas, Valdemar precisa conseguir desbloquear o dinheiro da multa aplicada por Moraes,

Moraes pede comprovantes

No fim de dezembro, Moraes atendeu ao pedido do partido para liberar parte da multa com o argumento de que precisava pagar salários e que muitas famílias dependiam dos recursos do partido.

Na ocasião, Moraes determinou "o desbloqueio parcial das contas partidárias, no valor total de R$ R$ 1,15 milhão". Moraes disse ainda que o PL deveria "juntar aos autos os comprovantes dos pagamentos das folhas salariais em 48 (quarenta e oito) horas após sua efetivação".

Fontes do partido dizem que o advogado Marcelo Bessa tem mantido contato com integrantes do TSE e estuda novas medidas para tentar regularizar as contas do partido. Mas afirmam que Moraes tem sido "linha dura".

No momento, alguns funcionários do PL ainda estão sem a previsão de receber o salário de janeiro.