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Prisão de Cid ofusca almoço de Lula no Exército; militares avaliam danos
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A agenda desta quarta-feira (3) no Quartel-General do Exército, em Brasília, era a recepção do presidente Lula (PT) pelo comandante, general Tomás Paiva. A operação da Polícia Federal que prendeu o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, porém, acabou criando uma crise interna para os militares.
A avaliação de generais ouvidos pela coluna é que a situação é ruim para Cid — que atualmente estava trabalhando no Comando de Operações Terrestres — e para a instituição, já que o movimento era de uma tentativa de "acalmar os ânimos" e de "virar páginas de crises".
Segundo relatos, há uma pressão do público interno, o que inclui também generais da reserva, para que o comandante do Exército tenha algum posicionamento de defesa do militar, já que muitos oficiais — ainda simpatizantes do ex-presidente Bolsonaro — falam em suspeitas de abusos jurídicos na operação.
De acordo com um general próximo ao comandante, o general Tomás, no entanto, não vai "colocar a mão no fogo" por Cid e tem dito que é preciso aguardar os desdobramentos das investigações.
Com Lula clima foi ameno
Apesar de relatarem que internamente o assunto do dia foi a prisão de Cid, generais do Alto Comando do Exército que participaram do almoço com Lula afirmam que o encontro teve um clima ameno.
Segundo generais, o comandante fez uma apresentação de como o Exército pode colaborar com o governo em questões de desenvolvimento nacional e no trabalho de fronteiras. Lula teria sinalizado a compreensão de que é preciso olhar para os investimentos nas Forças.
O futuro ministro do GSI, general Amaro, que aceitou o convite para assumir o cargo hoje, participou do almoço. Apesar disso, em meio à crise, seu nome não foi anunciado oficialmente pelo Planalto até o momento.
Futuro de Cid no Exército fica comprometido?
O tenente-coronel Mauro Cid vem de família militar e é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega de Bolsonaro no Exército.
A proximidade da família com os atuais integrantes da cúpula do Exército faz com que militares falem em "serenidade" para avaliar o futuro do militar no Exército.
Apesar de ainda estar longe de uma promoção a coronel e, eventualmente, a general, o futuro de Cid no Exército é visto com certo receio por militares ouvidos pela coluna. Se for condenado, dificilmente será promovido, segundo a coluna apurou fontes militares, que ponderam ser "cedo" para tratar do assunto.
Cid tem a prerrogativa de ficar preso em um quartel do Exército, e não em um presídio comum. Ele foi levado para o Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. Como ele é um oficial superior, também tem direito a uma Sala de Estado Maior, um tipo de cela que não possui grades, por exemplo.
Em nota enviada à coluna, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que os militares Mauro Cesar Barbosa Cid, Sérgio Rocha Cordeiro e Luis Marcos dos Reis "estão em prisão preventiva, expedida por decisão do Supremo Tribunal Federal, custodiados em Organizações Militares do Exército, conforme previsto na legislação em vigor".
"Não será aberto procedimento administrativo, pois os militares encontram-se à disposição da Justiça, em processo que corre em sigilo", diz a nota.
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