Carla Araújo

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PF vai intimar advogado de Cid após declarações sobre delação

A PF (Polícia Federal) decidiu intimar o advogado Cezar Bittencourt para prestar esclarecimentos após entrevista ao UOL News em que ele diz que Mauro Cid, a quem defende, não envolveu a alta cúpula militar em sua delação premiada.

Segundo a coluna apurou, o órgão ficou incomodado com a fala do advogado de que teria tido informações, na noite de ontem, sobre a operação deflagrada hoje, por isso ele vai ser chamado a dar explicações. Os detalhes sobre a chamada Operação Tempus Veritatis são sigilosos.

Ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Cid era testemunha direta de conversas de Bolsonaro com aliados e relatou à PF a atuação de cada um deles após a derrota na eleição. Ele havia sido preso em maio, mas foi solto em setembro após assinar o acordo de delação premiada.

Bolsonaro sempre rebateu as acusações, que classificou como "absurdas" e sem amparo em provas.

O que disse o advogado

[A operação da PF com Jair Bolsonaro como alvo] É a sequência natural das coisas, mas algumas coisas não foram ditas pelo Cid. Em nenhum momento ele envolveu o Exército. Não atribuiu responsabilidade e não foi falado do comando do Exército.

Não me lembro desses nomes [da cúpula do Exército]. Lembro que ele se referiu a alguma coisa da Marinha e da Aeronáutica, mas não me lembro do conteúdo do depoimento, que está com a Polícia Federal.

Ele se referiu ao Bolsonaro, já que era assessor dele, mas não houve maiores conteúdos em relação a ele. De certa forma, deu uma aliviada. Em relação a militares, houve comentários com relação ao pessoal que era do gabinete diretamente, e não do comando do Exército.
Cezar Bitencourt, advogado de Mauro Cid

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