Carla Araújo

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Reportagem

Lula disse que se sentia um 'prisioneiro dentro do próprio avião'

Nas mais de quatro horas que o presidente Lula, a primeira-dama Janja e a comitiva brasileira ficaram sobrevoando o México, não chegou a ter desespero, mas houve tensão e muita irritação do presidente.

Segundo relatos de pessoas que estavam a bordo ouvidas pela coluna, Lula reclamou bastante com os comandantes e disse que se sentia "prisioneiro dentro do próprio avião".

Nas 50 voltas dadas para gastar o combustível da aeronave, a internet estava instável, o que deixou Lula irritado com a dificuldade de comunicação. O presidente só chegou ao Brasil na manhã da quarta-feira (2).

O problema foi percebido logo depois da decolagem. Alguns passageiros relataram ter ouvido um estrondo, e os que estavam no fundo da aeronave disseram ter visto fumaça. A aeronave chegou a perder potência e um pouco de altura.

Lula também se irritou porque a primeira informação dada aos passageiros era de que em duas horas já seria possível realizar o pouso. Depois, porém, foi informado de que seriam necessárias mais duas horas até o fim da tensão.

No entanto, o presidente continuou irritado na aeronave reserva, pois, ao embarcar no Embraer 190, os problemas de comunicação continuaram e Lula e sua comitiva seguiram para o Brasil sem internet a bordo.

A FAB não comenta ainda as razões do incidente nem tem previsão de quando sairá o laudo e quando a aeronave poderá voltar a operar.

Fontes militares, no entanto, dizem que as restrições de comunicação acontecem por problemas orçamentários.

Justamente por isso, o ministro da Defesa, José Múcio, deve usar o episódio para reforçar a necessidade de compras de novos aviões presidenciais, conforme mostrou a colunista do UOL Raquel Landim.

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O avião presidencial ficou voando com apenas uma turbina enquanto gastava combustível. Há duas hipóteses —ainda tratadas como especulação pelos militares— para o incidente: uma colisão com um pássaro ou uma falha técnica na turbina.

Galípolo 'se deu mal' com carona

O diretor e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, era um dos integrantes do voo. Em um leve momento de descontração, ele foi alvo de piada, já que voltaria para o Brasil de classe executiva na segunda, mas a pedido do presidente Lula ficou e voltou na comitiva oficial.

"Se deu mal com essa carona", disseram.

Refeição a bordo

Mesmo com o clima tenso, a comitiva brasileira recebeu refeição a bordo.

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Como o fuso horário do México é de três horas a menos do que no Brasil, o voo decolou por volta das 15h em horário local (18h no horário de Brasília). Após o susto inicial, começou a ser oferecida alimentação.

De entrada, serviram pequenos sanduíches de queijo e presunto e de legumes para os vegetarianos.

O almoço tinha três opções: carne, camarão e uma opção vegana. Aos passageiros que não estavam na cabine presidencial não foi oferecida bebida alcóolica. A opção de vinho ou uísque só era disponibilizada para quem estava na cabine com o presidente.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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