Fiscais foram recebidos a bala 10 vezes em área yanomami em 2023, diz Ibama
Equipes do Ibama foram recebidas pelo menos dez vezes com tiros na Terra Indígena Yanomami entre fevereiro e dezembro de 2023, segundo balanço das ações do instituto divulgado hoje (5). O número se refere às operações para retirada de invasores da área indígena.
O que aconteceu
As operações reduziram em 85% das áreas para mineração ilegal na TI entre fevereiro e dezembro de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior, diz o Ibama. O balanço lista 310 ações de fiscalização ambiental.
As multas aplicadas no período somam R$ 61,2 milhões. Foram 179 autos por infrações ambientais, além de 31 pistas e helipontos embargados e 14 armas e 451 cartuchos de munição apreendidos.
O Ibama aponta que apreendeu e destruiu no ano passado:
- 33 aviões e helicópteros
- 32 balsas
- 43 barcos
- 310 motores
- 3 tratores
- 6 veículos leves
- 45 motosserras
- 48,3 mil litros de combustível
As principais linhas de ação para forçar a saída dos garimpeiros, segundo o instituto, são:
- Bloqueio do fluxo de suprimentos para a mineração ilegal (combustível, alimentos, peças de reposição etc.), visando inviabilizar a permanência dos garimpeiros;
- Apreensão e inutilização da infraestrutura empregada na mineração ilegal (aeronaves, motores, barcos, acampamentos, equipamentos etc.), visando descapitalizar e incapacitar os infratores.
Em janeiro de 2023,a estimativa era de cerca de 20 mil invasores na área indíngena. Apesar das ações, ainda há garimpeiros atuando no local.
O Ibama informou que "continuará atuando fortemente na TIY e seu entorno até eliminar a mineração ilegal naquele território".
Crise humanitária na Terra Yanomami
As ações na Terra Yanomami foram uma resposta a uma crise humanitária que chamou a atenção do mundo todo no começo do ano passado. A mortalidade infantil registrada na região era superior à do pior país do mundo.
Equipes do governo federal encontraram bebês, crianças e idosos em situação de desnutrição grave, com muitas mortes e uma desistência quase completa do serviço de saúde.
A principal causa foi o avanço sem controle do garimpo ao longo dos anos anteriores, contaminando rios e levando doenças à região. O governo Bolsonaro também foi criticado porque ignorou os alertas oficiais sobre os problemas e reduziu a fiscalização.
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Quero receberSegundo o Centro de Operações de Emergência Yanomami, coordenado pelo Ministério da Saúde, entre janeiro e dezembro do ano passado a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, realizou 5.177 atendimentos a indígenas deste grupo.
Ao todo, até novembro, o ano de 2023 computou 308 mortes de indígenas yanomamis, sendo 104 bebês com menos de 1 ano.
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