Carlos Madeiro

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Médica planejou morte do marido em SE com amiga e secretária, diz polícia

A médica Daniele Barreto articulou e encomendou o assassinato do marido com ajuda de uma amiga e de uma funcionária. A Polícia Civil de Sergipe detalhou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (13), as investigações sobre a morte do advogado José Lael de Souza Rodrigues Junior, 42, em Aracaju.

Cirurgiã plástica teria contratado dois homens para executar o marido e o filho dele, que também foi vítima de tentativa de assassinato, mas sobreviveu. Os cinco foram identificados e presos nesta terça-feira (12), mas os nomes deles não foram divulgados pela polícia.

Daniele é uma médica famosa no estado e tem 145 mil seguidores apenas no Instagram, onde usa o perfil para compartilhar parte de sua rotina de trabalho e momentos com a família. Além de Sergipe, ela também tem registros para atuação nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro.

Como a morte foi planejada

O advogado e filho foram seguidos assim que saíram de casa, explicou a delegada Juliana Alcoforado, diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Na noite do dia 18 de outubro, Lael e o filho foram até uma lanchonete.

"Eles foram comprar um açaí para consumirem em casa. Isso foi um pedido da esposa", diz a delegada.

Delegada mostra Polo parado em frente ao prédio de Lael à espera da saída e chegada de moto com executores
Delegada mostra Polo parado em frente ao prédio de Lael à espera da saída e chegada de moto com executores Imagem: Reprodução

Durante a apuração, uma imagem intrigou os investigadores: um carro (Polo branco) chegou quase no exato momento em que Lael e o filho deixavam o prédio em que moram. Esse veículo acompanhou as vítimas e participou da execução do crime.

Essa imagem chamou atenção porque nos deu a ideia de que havia informações privilegiadas. Alguém passou o momento exato em que eles saíram de casa. Fomos investigar e vimos que só a esposa estava em casa.
Juliana Alcoforado

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A partir daquele momento, as vítimas foram perseguidas pelo carro e por uma moto, onde estavam duas pessoas que iriam executar o advogado.

Lael e o filho param para comprar açaí e, no caminho de volta, continuaram observados. "Em um dado momento, em um retorno, eles emparelharam o carro e deflagraram os disparos", conta a delegada.

Segundo a polícia, quem ajudou a médica a contratar os assassinos foram a secretária dela e uma amiga. Para chegar a conclusão, a delegada afirma que imagens colhidas "são muito indicativas" da participação delas também no planejamento do crime.

Temos imagens tanto da esposa, quanto de sua amiga, em um bairro periférico [onde teriam sido contratados os pistoleiros] alguns dias antes. Inclusive, no dia do crime, a amiga e a secretária da esposa estavam nesse bairro, em um carro, e receberam os dois indivíduos responsáveis pela ação delitiva. A partir daí não havia mais dúvidas da participação delas também no crime.
Juliana Alcoforado

Imagem do local onde Lael e o filho compraram açaí
Imagem do local onde Lael e o filho compraram açaí Imagem: Reprodução

Ainda conforme as imagens, as duas mulheres estariam no veículo Polo para orientar os assassinos. Em uma das imagens, logo após pai e filho deixarem a lanchonete, uma delas sinaliza do carro para a moto seguir o carro das vítimas.

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Sobre a motivação do crime, a investigação, diz a delegada, apontou que havia um histórico de atritos entre o casal, inclusive com tentativas de separação que nunca se concretizaram.

"Existia até a suspeita, por parte da vítima, de caso extraconjugal que teria levado a uma briga ocorrida entre o casal na véspera. Temos imagens dessa discussão que ocorreu onde a esposa tem uma clínica", conta.

O UOL tenta contato com a defesa da médica. O espaço está aberto para manifestação.

O crime

José Lael era advogado criminalista e foi morto por dois homens, que o abordaram e desceram de uma motocicleta e dispararam contra o carro da vítima. O filho dele, que também estava no carro, Guilherme Rodrigues, 20, foi atingido, mas foi socorrido e sobreviveu.

O crime aconteceu na avenida Jorge Amado, no bairro Jardins, zona sul da capital sergipana.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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