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Chico Alves

Favorito a embaixada dos EUA é olavista, mas traz alívio, diz embaixador

Nestor Forster, de gravata azul, ao lado de Eduardo Bolsonaro, em jantar com o presidente Bolsonaro e Olavo de Carvalho - Alan Santos/PR
Nestor Forster, de gravata azul, ao lado de Eduardo Bolsonaro, em jantar com o presidente Bolsonaro e Olavo de Carvalho Imagem: Alan Santos/PR

Colunista do UOL

23/10/2019 09h44Atualizada em 23/10/2019 12h45

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Diplomata favorito para ficar à frente da embaixada do Brasil nos Estados Unidos, depois da desistência da indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o nome de Nestor Forster foi recebido com alívio por vários de seus colegas. Mesmo com o inconveniente de comungar das ideias de Olavo de Carvalho, o fato de ser alguém do ramo é tido como grande vantagem sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro, avalia o embaixador Paulo Roberto de Almeida, atualmente trabalhando no arquivo do Itamaraty.

"Ele é muito exigente e correto no trabalho, a embaixada vai funcionar perfeitamente sob o seu comando", elogia Almeida. "Só me preocupa a presença próxima daquele maluco da Virgínia (Olavo) que pode se achar habilitado a emitir opiniões sobre como deve ser conduzida a política bilateral. Mas Nestor é muito habilidoso e espero que se safe desse abraço de urso."

Outro ponto desfavorável: Forster é um diplomata com pouca experiência para o cargo, classificado como "júnior". "Por isso, não tem todas as conexões no Brasil e nos Estados Unidos que facilitam o trabalho de um embaixador", explica Almeida. Mas entre o inepto do Eduardo Bolsonaro e ele fico aliviado que seja ele: acredito que, mesmo sendo olavista e bolsonarista, não nos fará passar vergonha, como seria o caso com o outro".

Desde junho, Forster está interinamente à frente da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Ele organizou encontros do presidente Bolsonaro com Olavo de Carvalho e também é próximo de Steve Bannon, o famoso (e polêmico) estrategista de campanhas eleitorais.

"Já tive oportunidade de dizer a ele que considero o Olavo de Carvalho um personagem absolutamente nefasto para a política doméstica e a política externa do Brasil. Ele agradeceu, e respeita minha posição", diz Paulo Roberto Almeida, que foi demitido em março da presidência do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, depois de publicar em seu blog pessoal textos críticos à política externa do atual chanceler, Ernesto Araújo, assinados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ex-ministro Rubens Ricupero.