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Chico Alves

Weintraub: Proclamação foi golpe. General Pujol: Monarquia era anacrônica

O quadro "Proclamação da República", de Benedito Calixto - Centro Cultural São Paulo
O quadro 'Proclamação da República', de Benedito Calixto Imagem: Centro Cultural São Paulo

Colunista do UOL

15/11/2019 14h10

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No dia da Proclamação da República o ministro da Educação resolveu revelar toda a sua admiração pela monarquia. Abraham Weintraub foi ao Twitter para mais uma de suas performances escritas. "Há 130 anos foi cometida uma infâmia contra um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da História", tuitou ele, referindo-se a Pedro II.

Ressalvou que não defende a volta do regime de reis e rainhas (ufa!), mas tratou a instauração da República como uma quartelada, que não merece um feriado em sua homenagem. "Qual a melhor forma de 'comemorar' o primeiro golpe de estado no Brasil? TRABALHANDO!", escreveu, em letras garrafais, e postou a foto de uma reunião no ministério.

O ponto de vista de Weintraub vai no sentido oposto ao do general Edson Pujol, comandante do Exército Brasileiro.

Na ordem do dia que comemora o 15 de novembro, Pujol escreveu: "Foi com o advento da República que o Exército atingiu sua maioridade institucional, assim entendida como a afirmação de seu profissionalismo, requisito indispensável para manter-se à altura da estatura político-estratégica da Nação".

O texto continua com críticas ao Império: "Durante a década de 1880, oficiais opuseram-se publicamente a sucessivos gabinetes imperiais, devido à insatisfação provocada pelas atitudes de desprezo em relação ao Exército, à postura abolicionista de recusa a participar da captura de escravos fugidos e ao sentimento de distanciamento e desvinculação do governo".

Em outro trecho, Pujol trata da monarquia como "anacronismo a retardar a modernização do Brasil".

É desses tempos que Weintraub se mostra saudoso. E isso explica muita coisa.