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Chico Alves

Dirigente estudantil, sobre erro no Enem: "Cedo para falar em caso isolado"

02.mai.2019 - O ministro da Educação, Abraham Weintraub - Pedro Ladeira/Folhapress
02.mai.2019 - O ministro da Educação, Abraham Weintraub Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

18/01/2020 13h02

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O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Pedro Gorki, defende que o Ministério da Educação deve investigar melhor o erro de correção do Enem antes de divulgar que se trata de um problema restrito a um grupo pequeno de candidatos. "Acho que admitir a culpa reforça a necessidade de se ter apuração rigorosa. É muito cedo para o MEC dizer que é apenas um fato isolado", diz ele. "Na verdade, isso pode ser a ponta do iceberg de uma falha na organização do MEC".

Gorki lembra que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem, trocou de presidente muitas vezes no último ano e teve vários problemas internos.

Na manhã de hoje, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgou vídeo nas redes sociais admitindo "algumas inconsistências na contabilização e correção da segunda prova do Enem do ano passado". Segundo ele, um "grupo muito pequeno de pessoas teve o gabarito trocado quando foi fechado (sic) os envelopes".

O dirigente estudantil pede cautela antes de se afirmar que o problema é restrito a 0,1% dos candidatos, como disse o ministro. "Se nenhum governo ou ministério está livre de erros, imagine uma pasta tão desorganizada e com gente tão despreparada", critica o presidente da Ubes. "Esse é um episódio lamentável para história de um exame tão importante para o Brasil" .

A maior parte dos casos está concentrada nos estudantes que fizeram o Enem no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Mas candidatos de outros estados começam a relatar problema semelhante nas redes sociais. Alguns jovens dizem ter feito reclamação pelo canal de comunicação do instituto, mas a resposta teria sido que tudo está dentro do normal, de acordo com a metodologia de correção chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI).

A Ubes recebeu reclamações de candidatos que disseram ter acertado mais de 35 questões numa prova de 45 e acabaram com notas inferiores a 500, num total de 1.000.