Denúncia contra Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética não vai dar em nada
Depois de dizer que uma ruptura institucional no Brasil não era mais questão de "se", mas de "quando" aconteceria, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) entrou na mira do Supremo Tribunal Federal, com o pedido do ministro Celso de Mello ao procurador-geral da República para investigar o fato. Essa parece ser a única possibilidade de punição ao parlamentar. No Conselho de Ética da Câmara dos Deputados é improvável que a denúncia feita por PT, PSOL, PDT e Rede Sustentabilidade tenha resultado concreto.
Primeiro, porque boa parte dos 21 integrantes pertence ao Centrão, grupo que está fechado com o presidente Jair Bolsonaro. A hegemonia dos centristas até poderia ser revertida com a pressão popular. Alguns deputados ouvidos pela coluna lembram que em 2016 a cassação do então poderoso Eduardo Cunha parecia improvável, mas a grande mobilização acabou levando a esse resultado.
Aí entra o segundo motivo para apostar que a denúncia contra Eduardo Bolsonaro não vai dar em nada. Hoje esse tipo de pressão seria impossível simplesmente porque o conselho não não se reúne há muito tempo. Não se sabe a causa da suspensão dos trabalhos, já que poderiam ser feitos remotamente, como as sessões de plenário.
O único que pode explicar a paralisação do Conselho de Ética em uma época em que políticos têm falado e feito tantas barbaridades é o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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