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Chico Alves

Novo ministro da Educação defende castigo físico para crianças

Colunista do UOL

10/07/2020 20h48

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As redes sociais foram rápidas em trazer à luz falas bastante comprometedoras do novo ministro da Educação, pastor presbiteriano Milton Ribeiro. Depois que seu nome foi anunciado oficialmente para a pasta, passaram a circular vídeos em que Ribeiro faz declarações nada abonadoras para um educador. Em um deles, defende que as mães eduquem seus filhos através da dor física, em outro diz que o pai deve "impor" a direção que a família deve tomar.

Em uma das gravações, feita durante pregação em um templo presbiteriano em abril de 2016, com o título "A Vara da Disciplina", Ribeiro ensina as mães a manter seus filhos em bom caminho. "Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa", diz ele. Na pregação, faz distinção entre castigo e disciplina e cita um trecho da Bíblia: "Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-la".

A seguir, explica que "um tapa de um homem ou uma cintada de uma mulher podem ser muito mais fortes que uma criança pode suportar". Logo depois, observa: "Não estou aqui dando uma aula de espancamento infantil, mas a vara da disciplina não pode ser afastada da nossa casa".

Ribeiro argumenta que tal correção é necessária para a cura e diz que bom resultado "não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves".
"Talvez uma porcentagem de crianças muito pequena, de criança precoce, superdotada, é que vai entender o seu argumento. Deve haver rigor, desculpe, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: devem sentir dor", explica.

Em outro vídeo, o novo ministro da Educação fala sobre a importância do pai nas famílias. Segundo ele, a figura paterna é que deve dar o direcionamento da casa, através da imposição. "Quando o pai é ausente dentro da casa, o inimigo ataca", diz Ribeiro. "O pai, segundo a Bíblia, é que aponta o caminho que a família vai".