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Chico Alves

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Pesquisa mostra que economia pesa cada vez mais contra Bolsonaro

Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto - Sergio Lima/AFP
Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto Imagem: Sergio Lima/AFP

Colunista do UOL

08/06/2022 10h02

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A falta de soluções eficazes para os problemas da economia é um dos principais motivos para que Jair Bolsonaro se mantenha a uma grande distância de Lula, líder na pesquisa Genial/Quaest de intenção de voto para a Presidência. No levantamento divulgado hoje, o petista aparece com 46% das menções no primeiro cenário estimulado e o atual presidente com 30%. Para os entrevistados, o principal problema do Brasil é de longe a economia, com 44% das citações, vindo bem atrás a saúde/pandemia, com 15%.

A influência desse tema será decisiva nas eleições, já que para 66% dos eleitores a economia influencia muito ou influencia mais ou menos a escolha de um candidato. A inflação é citada por 23% como o principal pesadelo.

Ao detalhar as dificuldades dos brasileiros para superar o arrocho, a pesquisa dá a dimensão do desafio que Bolsonaro tem pela frente para tentar reverter esse quadro. O percentual de pesquisados que diz ter aumentado a dificuldade para pagar as contas é de 57%, enquanto apenas 22% dizem que melhorou.

Além disso, continua alta a fatia de entrevistados para quem a economia piorou no último ano, 63%, enquanto os que acham que a situação melhorou passaram de 17% para 15%.

Para piorar, as variadas tentativas de Bolsonaro repassar a culpa da alta dos combustíveis, que tanto influencia a inflação, não têm surtido efeito. De abril para junho subiu de 24% para 28% o contingente de entrevistados que aponta o presidente da República como responsável pela disparada dos preços nas bombas.

Os números da pesquisa explicam a preocupação de Bolsonaro e sua equipe em tentar conter a alta dos combustíveis imediatamente, mesmo ao custo de propostas tão estapafúrdias como zerar o ICMS da gasolina e etanol mediante compensação financeira do governo federal para os estados.

O caráter improvisado da medida mostra que o presidente e seus aliados pretendem achar uma saída emergencial, já que têm a exata noção do quanto essa situação vai impactar a votação de outubro.

A pesquisa Genial/Quaest confirma os piores pesadelos da equipe de Bolsonaro.