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Chico Alves

REPORTAGEM

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Juiz nega ter falado com presidente do PL sobre irregularidade em urnas

Valdemar da Costa Neto, em foto de arquivo - José Cruz/Agência Brasil
Valdemar da Costa Neto, em foto de arquivo Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Colunista do UOL

19/11/2022 21h09

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O juiz Sandro Nunes Vieira, que atuou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e foi juiz auxiliar da presidência da corte até agosto, divulgou nota negando que tenha conversado com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre irregularidades nas urnas.

Dirigente do partido do presidente Jair Bolsonaro, Costa Neto disse hoje que pretende levar ao TSE elementos que comprovariam problemas em 250 mil urnas fabricadas antes de 2020 e que teria conversado previamente com o magistrado Vieira sobre o assunto.

"No dia 19.11.2022 fui informado pela equipe de comunicação do TSE que meu nome havia sido citado pelo Presidente do Partido Liberal, Sr. Valdemar Costa Neto, no contexto de que teria falado comigo sobre eventuais irregularidades nas urnas eletrônicas", diz a nota do juiz. "Sobre o tema, venho esclarecer que nunca tive contato pessoal com o Presidente do Partido Liberal. Como Juiz, não emito opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de conotação política"

No texto, o magistrado diz que a única pessoa do PL com quem teve contato foi o engenheiro Carlos Rocha, encarregado do trabalho de fiscalização do partido sobre o processo eleitoral de 2022.

Vieira relata que se encontrou com Rocha no dia 1º de agosto, em reunião no TSE. "Na ocasião ele me pediu para que fosse designada uma reunião para tratar de assuntos relativos ao pleito. A demanda foi encaminhada à Secretária-Geral, Dra. Christine Peter, que em data posterior atendeu o pedido do Sr. Carlos Rocha. Não participei da reunião", informou.

O magistrado conta que assim que tomou conhecimento do vídeo em que Valdemar Costa Neto diz que se encontrou com ele entrou em contato com a assessoria do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, para desmentir a afirmação do presidente do PL.

A alegação de Costa Neto é de que 250 mil urnas têm o mesmo número de identificação, e que, por isso, não deveriam ser consideradas.

Funcionários do TSE afirmam, porém, que todas as urnas têm certificado e também os softwares que rodam dentro delas, o que garante segurança na identificação dos aparelhos.