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Em depoimento à Lava Jato, advogado cita Moro e Deltan em caso de extorsão
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Ouvido em depoimento na tarde de hoje na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), o advogado Rodrigo Tacla Duran afirmou nesta segunda-feira (27), ao juiz Eduardo Fernando Appio, que sofreu tentativa de extorsão para não ser preso durante desdobramentos da Operação Lava Jato. A denúncia se transformou em notícia-crime envolvendo o ex-juiz Sergio Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol, além do advogado Carlos Zucolotto Júnior e Fábio Aguayo.
Como hoje Moro é senador e Dallagnol é deputado, ambos têm prerrogativa de foro. Por isso, Appio encerrou a sessão e enviou a notícia-crime ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), juiz natural do caso.
O juiz da 13ª Vara de Curitiba encaminhou Tacla Duran ao programa federal de testemunhas protegidas "por conta do grande poderio político e econômico dos envolvidos". Ele entregou à Justiça fotos e gravações que confirmariam suas acusações.
Tacla Duran é ex-advogado da Odebrecht e, apesar de acusado pelo antigo grupo da Lava Jato de lavagem de dinheiro desde 2016, somente agora foi ouvido na Vara de Curitiba. Em 2019, em entrevista concedida em Madri, onde mora, ao jornalista Jamil Chade, do UOL, ele disse que deixou o Brasil em decorrência da Operação Lava Jato. "Paguei para não ser preso", acusou, então. Relatou uma suposta extorsão no valor de US$ 5 milhões feita quando seu nome veio à tona na investigação.
Na reportagem, Tacla Duran disse ter pago uma primeira parcela de US$ 612 mil ao advogado Marlus Arns, mas afirma que se recusou a pagar o restante. Ele foi preso em novembro de 2016, ao chegar a Madri, e foi libertado após 70 dias de detenção. Procurado na época pela reportagem, Arns não comentou as acusações.
Consultado pela coluna, o jurista Walter Maierovitch confirmou que o juiz agiu corretamente ao encaminhar o caso ao STF.
Quando ainda era comandada por Deltan Dallagnol, a força-tarefa da Lava Jato acusou Tacla Duran de movimentar mais de R$ 95 milhões para a Odebrecht e outras empresas em vários países do mundo, além de lavar por meio de suas empresas cerca de R$ 50 milhões. O juiz Sergio Moro aceitou a argumentação e decretou sua prisão.
O depoimento de hoje foi prestado por Tacla Duran de Madri, por teleconferência.
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