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Flávio Dino critica parlamentares que buscam apenas 'curtidas na internet'
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Elogiado no meio político pelo desempenho que teve no depoimento prestado ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), onde deputados bolsonaristas tentaram constrangê-lo, sem sucesso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou alguns que buscam somente audiência nas redes sociais.
"Sou senador e fui deputado, respeito muito o Congresso. E por isso lamento que alguns estejam ali só em busca de curtidas na internet", comentou ele, à coluna. "Defender o Congresso contra essa sabotagem interna é fundamental".
Flávio Dino se dispõe a dar novos esclarecimentos aos parlamentares quando for convidado, mas acredita que é preciso cuidar para que esses encontros tenham a utilidade esperada. "As audiências públicas podem ser mais produtivas ao país se houver maior observância à Constituição e ao Regimento Interno", diz ele.
O ministro foi convidado à CCJ por deputados bolsonaristas que pretendiam causar-lhe embaraços, com acusações de falsa proximidade com traficantes de drogas, por ter participado de uma reunião com lideranças comunitárias no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Também tentavam acusá-lo de ser omisso diante dos ataques de terroristas às sedes dos poderes da República no dia 8 de janeiro.
Quanto à visita à comunidade carioca, Flávio Dino esclareceu que teve o apoio de policiais militares do Rio e de policiais federais, como acontece com todas as autoridades, e repetiu que pretende visitar outras áreas como aquela. "Não tenho medo de povo", afirmou, aos deputados.
Sobre uma suposta omissão nos ataques de 8 de janeiro, o ministro esclareceu que o combate aos invasores cabia primordialmente à Polícia Militar do Distrito Federal e que somente quando foi decretada a intervenção federal na Segurança Pública da capital passou a tomar as rédeas da situação.
Ao responder aos deputados, Flávio Dino manteve a calma e o bom humor, citando várias vezes artigos da Constituição e da Legislação para rebater argumentação de alguns. Em vários momentos seus comentários irônicos arrancaram gargalhadas dos presentes.
Como quando respondeu ao deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE), que tentou desmentir o ministro quanto à afirmação de que não tinha nenhum processo contra si. Fernandes disse que consultou o site JusBrasil e encontrou 277 citações a Flávio Dino na Justiça. Em tom professoral, o ministro explicou, então, que os registros no portal não são apenas relativos a processos.
"Vou contar para os meus alunos como anedota... O senhor acaba de entrar para o meu livro de memórias", brincou Flávio Dino, que é juiz federal aposentado e professor universitário de Direito.
No Twitter, ele agradeceu "às milhares de mensagens e postagens de solidariedade" por sua participação na CCJ. "O sorriso é uma arma fundamental em defesa da democracia e contra as bizarrices fascistas", escreveu.
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