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Chico Alves

REPORTAGEM

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'Percebeu que cometeu um crime', diz senador, sobre André Valadão

André Valadão e Fabiano Contarato - Divulgação
André Valadão e Fabiano Contarato Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

03/07/2023 18h58

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O vídeo recente em que o pastor André Valadão, da Igreja da Lagoinha, nega que tenha incitado o assassinato de pessoas LGBTQIA+ não convenceu o senador Fabiano Contarato (PT-ES), que entrou com representação criminal contra ele. Na pregação sobre a comunidade homossexual, feita em Orlando, nos Estados Unidos, e transmitida ontem em live, Valadão afirmou aos fiéis que Deus fala que "se eu pudesse eu matava tudo e começava tudo de novo". E complementa: "Mas já prometi pra mim mesmo que eu não posso então agora tá com vocês". Na gravação de hoje, o pastor nega que tenha falado em "assassinar pessoas".

"André Valadão postou um vídeo tentando se explicar porque, muito provavelmente, percebeu que cometeu um crime e que deve ser responsabilizado por isso", comentou o senador Contarato à coluna. "Até porque ele tem feitos ataques semelhantes rotineiramente. Não há dúvidas da incitação que fez".

A representação do petista contra Valadão é pelo crime de homofobia e foi encaminhada à Procuradoria Federal da 1ª região (Distrito Federal).

Contarato argumenta que a liberdade, seja religiosa ou de expressão, não pode se sobrepor ao bem maior, que é a vida. "Um homem que se diz líder religioso deve pregar a união, o respeito, a tolerância, o amor. Isso, sim, é falar de Deus", afirma. "A partir do momento que ele usa o espaço que tem, seja físico ou virtual, para atacar o outro e inflar os fiéis para a luta do 'nós contra eles', ele está cometendo crime".

Na representação, o senador argumenta que André Valadão é reincidente. "Repetidamente, esse senhor vem pregando o ódio, não podemos aceitar esse tipo de comportamento", recorda.

Contarato destaca que o Brasil é o país que tem números trágicos nessa área. "Somos o país que mais mata pessoas trans no mundo. Somos o país que, no ano passado, assassinou um LGBT a cada 32 horas. Quem continuar calado e aceitando isso está sendo cúmplice dessa violência assassina", afirma.