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'Tática acertada', diz deputado do PSOL criticado por se abster na reforma
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Apesar de receber muitas críticas da esquerda por ser um dos três deputados do PSOL que se absteve de votar na reforma tributária, Glauber Braga (PSOL-RJ) acredita que atingiu o objetivo. Tanto ele quanto Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e Fernanda Melchiona (PSOL-RS), que também se abstiveram, pretendiam destacar os pontos negativos da PEC.
"Nunca tinha votado abstenção, mas acho que a tática foi acertadíssima nesse caso em específico", comentou Glauber à coluna. "Conseguimos exatamente aquilo que queríamos, que foi levantar discussão sobre pontos inseridos no relatório que estruturalmente são prejudiciais à maioria do povo".
Para o deputado do PSOL, não há motivo para comemoração pela aprovação da reforma na Câmara.
"A proposta é de orientação liberal. O que tem de ganho para o povo, como, por exemplo, tributação no destino e a possibilidade de ter uma lista nacional de itens da cesta básica a ser zerada, tudo ficou para o futuro, ficou pra depois pra legislação complementar, 2026, 2037, 2050", critica. "Já os interesses desses grupos que apoiaram, como bancada do latifúndio, bancada fundamentalista, Febraban, esses já passaram a estar consolidados na Constituição".
Glauber avalia que os três não tivessem optado pela abstenção esse debate não estaria sendo feito, já que o voto "sim" crítico estaria diluído no meio do conjunto dos elogios e o voto "não" estaria diluído na oposição bolsonarista.
Na opinião dele, críticos que pedem alinhamento total ao governo partem do pressuposto equivocado de que a política é o regime de posições estáticas. "Se eu parar de tensionar a esquerda, o Centrão e a direita vão parar de tensionar a direita? Claro que não", analisa. "Ou seja, o Lira vai tensionar à direita e as outras respectivas bancadas para os seus interesses o tempo inteiro. Então, tem que ter tensionamento pra esquerda".
A crítica é bem-vinda, garante o parlamentar do PSOL, se for pra travar um debate que seja justo. "Agora, a crítica que vem numa tentativa de silenciar um tensionamento à esquerda parte desse pressuposto equivocado", argumenta. "Isso não pode prevalecer porque senão mandatos como o meu perdem o sentido de ser".
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