Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Ciro faz diagnóstico correto da realidade ao falar de Lula e Bolsonaro
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Comentei, na Live UOL de segunda-feira (26), o pronunciamento do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), no qual anunciou que não irá desistir de sua candidatura à Presidência da República, como resposta ao que chamou de "gigantesca e virulenta campanha" para que deixe a disputa.
"Meu nome continua posto como firme e legítima opção para livrar nosso país de um presente covarde e futuro amedrontador", disse.
No discurso, Ciro responsabilizou os governos do PT pela "grave crise econômica e moral" que gerou Bolsonaro, bem como os "desatinos criminosos" do atual presidente pela sobrevida de Lula, e afirmou que a agressividade da mobilização petista pelo voto útil no primeiro turno vai contra a liberdade.
"Muitos se escondem na desculpa de que, para governar, é necessária uma aliança com as forças do atraso. E para eliminar, na raiz, a diversidade do embate democrático, tentam transformá-lo, de forma artificial e prematura, no embate de duas forças que utilizam falsos argumentos morais para se tornarem hegemônicas. Aqueles que ousam resistir, como é o meu caso, são vítimas das mais violentas campanhas de intimidação, mentiras e de operações de destruição de imagem."
Ciro acertou no diagnóstico da realidade.
Quem vigia os dois lados, como é meu caso no jornalismo, é alvo das tentativas de assassinato de reputação feitas pelas claques que não aceitam notícias incômodas nem críticas negativas, apenas a mais absoluta subserviência ao seu populista de estimação.
O candidato do PDT ainda criticou a "cumplicidade" de "setores da mídia" com o "rito suicida" de investir na "falsa ideia" de que só "um pode derrotar o outro" (Lula ou Bolsonaro) e que "este passo atrás é o único meio de levar o país adiante", "no conchavo, na corrupção e no toma lá dá cá".
"Lula e PT passaram 14 anos no poder e deixaram o Brasil com os mesmos problemas", tanto que já evaporaram os efeitos dos ciclos favoráveis das commodities, acrescentou o pedetista, para quem Lula contentou os pobres com "migalhas", enquanto Bolsonaro, "sua cria maligna", repetiu as mesmas práticas, rendendo-se à corrupção e ao clientelismo.
Marcando território para o futuro, o pedetista deixa registrado, em 2022, um alerta sobre o que poderá dar errado a partir do primeiro dia do novo governo, gerando mais frustrações ao povo brasileiro.
Um ato importante em termos históricos, morais e culturais, ainda que, eleitoralmente, Ciro dispute com Simone Tebet apenas o terceiro lugar. O mundo real, porém, não se resume à eleição.
Na Live UOL, falamos também sobre o presidente, que voltou a dizer que uma vitória de Lula no primeiro turno é "impossível"; e sobre o filho dele, Eduardo Bolsonaro, que admitiu o uso de dinheiro vivo em parte da compra de um apartamento, no Rio de Janeiro.
Com Madeleine Lacsko, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.
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