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O destino do conflito entre Rússia e Ucrânia depende da China
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Se há um grande ponto de interrogação que pode determinar os caminhos da crise no leste europeu, não resta dúvida de que se trata da tomada de posição da China.
A China não é apenas uma das mais importantes potências econômicas do mundo, em geral, como também tem particular interesse nessa região do mundo, especificamente.
Embora a relação entre Rússia e China venha sendo desenvolvida ao longo de décadas, está claro que há uma aproximação mais intensa entre o governo de Vladimir Putin e do líder chinês Xi Jinping nos últimos tempos.
Do ponto de vista político, os dois países já articularam posições no Conselho de Segurança da ONU e em conflitos mundo afora, como foi o caso da Síria. As relações econômicas entre Rússia e China são consideradas estratégicas na Eurásia. A China é o maior parceiro comercial da Rússia. O comércio bilateral já passou, há anos, a marca de US$ 100 bilhões, incluindo uma parceria envolvendo o gás natural russo e projetos sobre usinas nucleares na China. Além disso, é bom lembrar, que boa parte das armas compradas por Pequim vêm da Rússia.
- Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia e mais no UOL News com Fabíola Cidral:
A China nunca reconheceu oficialmente a anexação da Crimeia promovida em 2014 pelo governo Putin. Apesar disso, as investidas norte-americanas e a insistência de expansão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para o Oriente serviram de impulso para que a Rússia e a China reforçassem sua parceria econômica e diplomática.
Uma declaração conjunta de Putin e Xi, tornada pública recentemente, marcou um momento histórico em que ambos os países assumiram projetar uma liderança mundial alternativa àquela preconizada pelos Estados Unidos. Nesse sentido, Rússia e China sugeriram abertamente a vontade mútua de consolidar uma "defesa contra o Ocidente". Até então, principalmente a China, evitava se apresentar como uma potência revisionista.
A China não fechou posição sobre o conflito e tem adotado uma conduta dúbia, evitando se manifestar sobre o tema. Desde que foi deflagrada a operação militar no leste europeu, apesar de não apoiar diretamente as ações da Rússia, a China acusou os Estados Unidos de "jogarem lenha na fogueira" na crise da Ucrânia.
Ao mesmo tempo em que parece se preocupar, até por questões domésticas, com a preservação do princípio da soberania e a proteção da ideia de integridade territorial, também criticou as sanções impostas contra a Rússia, evitou falar em "invasão" e afirmou que as preocupações russas são legítimas. Há quem sugira, inclusive, que o timing para a realização da investida russa teria levado em consideração o período de encerramento das Olimpíadas de inverno na China.
Vamos manter os olhos atentos, pois todos os caminhos levam a Pequim.
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