Doria sai em defesa de Moro e ataca criação de novo ministério
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira ser contrário à ideia de uma divisão do Ministério da Justiça, com a recriação da pasta da Segurança Pública. O projeto havia sido alvo de uma articulação com o presidente Jair Bolsonaro, antes de um encontro com secretários estaduais em meados da semana.
Nesta sexta-feira, já na Índia, o presidente recuou e afirmou que "a chance no momento (de criar um ministério da Segurança Pública) é zero, não sei o amanhã, porque na política tudo muda, mas a intenção não é criar". Moro teria alertado a aliados que, se tal projeto fosse adiante, poderia renunciar de seu cargo.
Em entrevista à coluna em Zurique, Doria deixou claro que a volta do Ministério da Segurança Pública não seria a opção mais adequada e fez questão de fazer amplos elogios ao ministro da Justiça. "A nossa posição é manter como está, inclusive pelo grau de confiança que temos com o ministro Sérgio Moro", disse.
"Com São Paulo, Moro foi impecável e muito correto", insistiu. O governador lembrou que, depois de anos de debates, ele e Moro acertaram a transferência de membros da cúpula da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) para presídios federais em apenas 40 dias. "Foi graças a isso que colocamos 22 líderes do PCC em prisões federais", disse.
"Nós não temos críticas ao governo federal no âmbito da segurança pública. Nós temos elogios ao ministro, pelo menos com São Paulo, rápido e efetivo", afirmou. "Não vemos razão de mudar aquilo que está funcionando bem", disse.
Paraisópolis
Doria ainda explicou sua posição sobre as mortes em Paraisópolis e as decisões sobre o policiamento. Há poucas semanas, uma ação da Polícia Militar em um baile funk terminou com nove jovens mortos.
Segundo o governador, as mortes ocorreram por conta de uma correria desencadeada por uma operação da polícia contra um grupo de suspeitos, que supostamente tentou se refugiar no local do baile funk.
"O trabalho da polícia nas comunidades sempre foi bem feito", defendeu o governador. "Ela agiu de forma correta, dentro do protocolo", insistiu. "Não houve agressão aos jovens pela polícia", declarou, numa referência ao caso de Paraisópolis.
Apesar disso, Doria atendeu a um pedido das famílias das vítimas para que os 38 policiais envolvidos na operação não voltem a atuar em Paraisópolis até que as investigações sejam concluídas. O temor das famílias é de que a presença desses homens poderia influenciar testemunhas ou retaliar.
Segundo ele, porém, foram imagens de atos de violência da polícia em outro local - Heliópolis - que o levou a tomar a decisão de pedir que os policiais que fazem a segurança em comunidades sejam retreinados.
"As imagens mostravam uma violência gratuita por parte de policiais despreparados", disse. Os envolvidos, segundo ele, foram afastados.
Ainda assim, Doria saiu em defesa da polícia do estado."Nós temos uma política de segurança pública muito firme em São Paulo. Reduzimos todos os indicadores de insegurança. São Paulo é hoje o estado mais seguro do Brasil e a cidade de São Paulo, como capital, é a mais segura. O que não nos impede de reconhecer que precisamos melhorar", explicou.
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