"Não estamos no pico ainda", alerta OMS sobre coronavírus
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A OMS alerta que o mundo não atingiu ainda o pico da pandemia do coronavírus, apesar de sinais moderadamente positivos por parte de alguns países europeus e quedas importantes no número de casos na China.
A agência, nesta terça-feira, destacou que 90% dos casos estão ocorrendo na Europa e EUA e prepara uma operação milionária para ajudar os países mais pobres, com equipamentos. Um primeiro voo será realizado hoje a partir da Etiópia para garantir o fornecimento a todos os países africanos.
"Não estamos no pico ainda", admitiu a porta-voz da OMS, Margaret Harris. Segundo ela, mesmo nos países europeus com dados de queda de mortes, como Espanha e Itália, os números não significam que a crise acabou. "Vai levar tempo", alertou.
Nesta terça-feira, a pandemia deve chegar a quase 2 milhões de pessoas contaminadas, com mais de 120 mil mortos.
Em termos geográficos, a OMS deixa claro que o maior surto do mundo está hoje em território americano. Mas, no que se refere às cidades chinesas, o maior risco é a de importação de casos.
Para a OMS, qualquer ação de governos para retirar medidas de restrição deve ser adotada com cautela e com um plano, sob o risco de ver um aumento importante no número de casos. De acordo com a entidade, critérios devem ser cumpridos para que a quarentena possa ser abandonada.
Uma delas é a garantia de que os sistemas de saúde possam saber onde está o vírus e consigam separar quem está saudável e quem está contaminado. Para isso, precisam testar pessoas que apresentem sintomas.
Outra condição é de que a comunidade de um país entenda o que está ocorrendo e qual é o caminho adotado pelas lideranças de um país.
Por enquanto, a OMS deixa claro que uma vacina não pode ser prevista antes de meados de 2021. "Ninguém pode colocar uma data nisso", admitiu Margaret.
Ameaças
Nesta semana, pela segunda vez, o governo de Donald Trump ameaçou cortar as verbas da OMS, colocando pressão sobre a agência supostamente por sua aproximação da China.
A entidade declarou nesta terça-feira que, com ou sem os recursos americanos, o trabalho da agência vai continuar. A OMS ainda se recusa a criticar a Casa Branca, apontando para os "excelentes" contatos com Trump nos últimos anos e a "generosidade" do povo americano.
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