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Jamil Chade

Seis meses depois, OMS mandará equipe para investigar origem do vírus

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus - DENIS BALIBOUSE
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus Imagem: DENIS BALIBOUSE

Colunista do UOL

29/06/2020 14h32

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A OMS enviará na próxima semana uma equipe para a China para investigar a origem do vírus que, hoje, já matou 500 mil pessoas no mundo e gerou a pior crise de uma geração.

Há seis meses, a entidade recebeu uma notificação das autoridades chinesas sobre o surto em Wuhan. A emergência global foi decretada um mês depois. Mas dezenas de governos pelo mundo demoraram para agir.

Com a doença instalada, Washington, Brasília e outras capitais passaram a acusar abertamente a China pela crise, enquanto teorias sem provas eram circuladas inclusive por líderes políticos sobre um eventual erro num laboratório chinês.

Pequim nega e chegou a rebater insinuações de que poderia ter sido um ato deliberado. Assim, a origem do vírus se transformou em um novo capítulo da nova Guerra Fria entre americanos e chineses.

Por meses, a OMS tentou investigar a origem do vírus. Mas, para isso, teria de ter a autorizado de Pequim para que isso ocorresse. Entre os chineses, uma primeira reação foi negativa, insistindo que a crise estava em seu pico e que não era o momento de perder tempo com a busca pela origem do vírus.

Nesta segunda-feira, porém, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou oficialmente que um equipe será enviada na próxima semana. Ele, porém, não deu explicações de como isso ocorreria e nem o que a equipe investigaria.

Para Tedros, enquanto o mundo estiver dividido, o vírus vai se aproveitar da crise política internacional para continuar a se espalhar. "Com esse tipo de condição, tememos o pior", afirmou.

No dia 31 de dezembro de 2019, a agência receberia o primeiro alerta oficial de um surto na China. Um mês depois, a emergência global seria declarada, quando existiam apenas doze casos fora da China.

Hoje, são 10 milhões de infectados e mais de 500 mil mortes. Mas, acima de tudo, a OMS se diz preocupada com a alta no número de casos em países que, depois de obter um certo controle da doença, voltaram a registrar importantes aumentos de novas infecções.