OMS: aprovação de vacina depende de ciência, não de nacionalidade
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que decisões sobre o uso de eventuais vacinas por governos contra a covid-19 não devem levar em conta a nacionalidade do produto. Mas sim sua eficácia e segurança.
"Não é sobre nacionalidade. É sobre ciência", disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, nesta sexta-feira. Seu comentário foi feito em resposta a uma pergunta da coluna sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não comprar o produto chinês desenvolvido num acordo com o Instituto Butantan em São Paulo.
"Da China nós não compraremos, é decisão minha", disse o presidente na quinta-feira. "Eu não acredito que ela (vacina) transmita segurança suficiente para a população pela sua origem", declarou.
"Acredito que teremos a vacina de outros países, até mesmo a nossa, que vai transmitir confiança para a população. A da China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido lá", completou.
Na OMS, a avaliação é outra. Para a entidade, o que vai determinar a aprovação de uma vacina é sua eficácia e segurança. E não quem a produz. "Escolhemos a ciência", insistiu Harris.
Segundo ela, nenhuma vacina será aprovada enquanto os "mais altos padrões" não sejam atingidos.
Mundo pode depender de fornecimento chinês
Internamente, as agências internacionais que operam o consórcio Covax alertam que a realidade é de que o mundo pode viver uma forte dependência em relação às vacinas produzidas na China.
Com base nas estimativas de expansão de produção, as entidades apontam que 49% da produção mundial das vacinas contra a covid-19 virão da China em 2023. Ou seja, 7 bilhões de doses. Brasil e Estados Unidos, juntos, produziriam cerca de 2 bilhões de doses.
No "time" chinês estão entidades como Beijing Institute of Biological Products Beijing, SinoCellTech e a Sinovac, a empresa que fechou o acordo com a entidade paulista.
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